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Outubro começa com dados otimistas na luta global contra a inflação

Dados recentes mostram que medidas tomadas por bancos centrais estão tendo resultado

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Craig Stirling e Vince Golle
Bloomberg

Os responsáveis pelas políticas econômicas de Washington a Frankfurt entram no último trimestre de 2023 com motivos para ter otimismo de que a luta contra a inflação está tendo resultado.

Atentos com os discursos desta semana dos presidentes do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), Jerome Powell, e do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, os investidores analisarão qualquer reação deles a um duplo golpe mundial de dados que ofereceram indícios de otimismo.

Clientes observam preços e produtos em supermercado na França
Clientes observam preços e produtos em supermercado na França - AFP

Os relatórios de sexta-feira (29) mostraram que a inflação subjacente da zona do euro - que exclui elementos voláteis como energia - está em seu ritmo mais lento em um ano, e horas depois, foi divulgado que a inflação nos EUA teve o menor aumento mensal desde 2020.

Com o fechamento do governo dos EUA evitado no sábado (30), os Bancos Centrais pelo mundo estão prestes a ver outra rodada dessa série de dados, bem como outros números de inflação, antes da decisão do Fed em 1º de novembro. Os números divulgados até agora podem permitir que eles comecem a construir uma situação para acabar com a série de aumentos da taxa de juros.

O BCE terá apenas uma versão mais completa do número de inflação de setembro antes de sua reunião em 26 de outubro. O relatório de outubro e a estimativa do crescimento do terceiro trimestre estão programados para depois da reunião.

Um aumento da taxa de juros não é esperada em outubro, e o relatório de sexta-feira pode começar a minar qualquer impulso para um aumento do BCE em dezembro.

Powell se juntará ao presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, para uma reunião com trabalhadores e líderes de pequenas empresas na segunda-feira (2). Já o BCE realizará uma conferência a partir de quarta-feira.

"O BCE provavelmente encerrou o aumento dos juros. Inúmeras medições de aumento de preços subjacentes estão caindo, as pesquisas apontam para uma deterioração significativa na atividade e a extensão do crédito é mais fraca do que no auge da crise do euro. No entanto, o BCE ainda precisará de muito tempo para ter confiança suficiente para reduzir as taxas", avaliou David Powell, economista sênior da Bloomberg.

Em outros países, várias decisões de bancos centrais estão previstas, com as taxas provavelmente inalteradas da Austrália à Índia.

Estados Unidos e Canadá

Os dados econômicos desta semana incluem relatórios sobre o emprego. A relação entre vagas de trabalho e pessoas desempregadas - um indicador-chave da tensão do mercado de trabalho para o Fed - provavelmente caiu para 1,4, de acordo com a Bloomberg Economics.

A contração provavelmente diminuiu acentuadamente no mês passado, em virtude do número de vagas temporárias geradas no setor de lazer devido aos shows de Taylor Swift e Beyoncé.

O vice-governador do Banco do Canadá, Nicolas Vincent, falará na Câmara de Comércio de Montreal, enquanto o banco central avalia um recente aumento da inflação em meio a uma desaceleração da economia.

Os dados de emprego de setembro serão uma referência para o banco após o relatório de agosto superar as expectativas com aumento no número de empregos e também do crescimento econômico.

Ásia

A China retomará as atividades após o feriado nacional da última semana. No domingo (1°), dados da pesquisa Caixin mostraram que a atividade industrial voltou a crescer após seis meses, outro sinal de que partes da economia estão se recuperando.

Os números do comércio sul-coreano desta semana mostrarão se o setor está recuperando terreno no mudo. Na segunda-feira (2), será a vez de Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietnã divulgarem dados sobre a economia.

Sede do Banco do Japão, o banco central do país
Sede do Banco do Japão, o banco central do país - REUTERS

Na terça-feira (3), o Banco de Reservas da Austrália se reúne pela primeira vez sob a gestão de Michele Bullock, com expectativa de que a instituição mantenha as taxas estáveis. Os bancos centrais da Nova Zelândia e da Índia se reúnem na quarta-feira (4) e sexta-feira (6), respectivamente, mas analistas não esperam mudanças na taxa de juros. Tailândia, Filipinas, Coreia do Sul e Taiwan divulgarão dados de inflação durante a semana.

Os dados do Banco do Japão na segunda-feira indicarão o estado atual da confiança dos empresários no país, enquanto os dados salariais japoneses no final da semana podem ter implicações para a política monetária, dependendo de quanto o crescimento salarial está atrás da inflação, um ponto-chave de preocupação para o BOJ.

Europa, Oriente Médio e África

No Reino Unido, uma pesquisa do Banco da Inglaterra será divulgada na quinta-feira (5), informando sobre as pressões de custo na economia. Os dados industriais podem chamar a atenção na zona do euro, com as exportações e pedidos da Alemanha previstos para o final da semana. Os números de produção francesa serão publicados na quinta-feira.

A inflação suíça pode se aproximar do limite de 2% do banco central em um relatório que sairá na terça-feira.

Nos países nórdicos, o Riksbank da Suécia revelará na segunda-feira as atas de sua recente decisão de aumentar as taxas e manter a possibilidade de uma nova elevação.

O banco central da Islândia decidirá na quarta-feira se estenderá ou não o ciclo de aperto monetário mais longo da Europa Ocidental. Parte dos credores veem margem para um aumento de 0,25 ponto percentual.

No mesmo dia, o banco central da Polônia pode reduzir novamente os custos de empréstimos em sua última reunião de política antes de uma eleição parlamentar. O banco central da Romênia deve manter os juros em 7% na quinta-feira, já que a inflação se mantém próxima a 10%.

Na sexta-feira, o Banco Nacional da Sérvia pode manter sua taxa em 6,5% pelo terceiro mês consecutivo, em um momento em que a inflação está diminuindo.

Na África, o banco central do Quênia provavelmente deixará sua taxa inalterada em 10,5% na terça-feira.

América do Sul

Os dados do PIB do Chile de agosto, que serão divulgados na segunda-feira, podem mostrar que a economia tropeçou em agosto após um resultado melhor do que o esperado em julho.

Da mesma forma, o relatório de preços ao consumidor de setembro provavelmente mostrará que a inflação desacelerou pelo décimo mês consecutivo, mais do que suficiente para manter o Banco Central de Chile no caminho de um terceiro corte consecutivo na taxa em outubro, da taxa atual de 9,5%.

Espera-se que o banco central do Peru estenda seu ciclo de flexibilização com um corte de 0,25 ponto percentual, o segundo consecutivo, o que deve levar os juros para 7,25%. A inflação anual desacelerou menos do que o esperado em agosto, para 5,58%, embora o chefe do banco, Julio Velarde, espere que ela caia para 3,8% até o final do ano.

Na Colômbia, as atas da reunião do banco central na sexta-feira e os dados de inflação de setembro devem ajudar a consolidar as apostas de que o Banco de la República acabará com a série de aumento de juros.

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