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Americanas diz que comitê independente confirma fraude contábil

Investigação da Polícia Federal aponta que montante chegaria a R$ 25,3 bilhões

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Luana Maria Benedito
São Paulo | Reuters

A Americanas informou nessa terça-feira (16) que uma investigação de um comitê independente encontrou uma fraude contábil responsável por inconsistências no balanço patrimonial que levaram a um pedido de recuperação judicial da empresa em janeiro de 2023.

A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre uma suposta fraude contábil de R$ 25,3 bilhões na varejista.

Fachada das Lojas Americanas em rua no centro de São Paulo - Folhapress

"As evidências apresentadas pelo comitê confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta Fornecedores, por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como 'risco sacado', dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da companhia", disse a Americanas em um documento à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na noite de terça-feira.

A varejista disse que tomará as medidas necessárias para informar as autoridades sobre as conclusões do comitê independente. Ela também disse que "continuará colaborando integralmente com as investigações em curso".

O ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez, um dos principais alvos da investigação policial, chegou a ser preso em Madri no final de junho, mas foi solto um dia depois pela polícia espanhola após entregar o seu passaporte.

Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) solicitou à 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a extradição de Gutierrez.

Anna Saicali, ex-executiva da Americanas envolvida na suposta fraude contábil, entregou seu passaporte à polícia, o que a impede de deixar o Brasil por enquanto.

Os advogados que representam Gutierrez e Saicali disseram em declarações separadas que seus clientes negam qualquer irregularidade e estão colaborando com a investigação.

VAREJISTA FUNDADA EM 1929

A Americanas foi fundada em 1929 em Niterói (RJ) por um grupo que incluía empresários austríacos e norte-americanos.

Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, adquiriram posteriormente uma participação dominante na empresa. Os três, que não foram citados na investigação policial, atualmente possuem cerca de 30% das ações e concordaram em colocar capital adicional para resgatar a empresa em dificuldades, o que vai elevar a parcela deles na companhia para 49,2% do capital social.

"Estou cético quanto ao futuro da Americanas, quanto à sustentabilidade de seu modelo de negócios", disse o consultor André Pimentel, sócio-gerente da Performa Partners, que trabalhou em uma reestruturação da Americanas no início dos anos 2000.

A empresa vem lutando há anos contra a concorrência feroz de rivais mais experientes na Internet, como o Mercado Livre; locais, como o Magazine Luiza, e mais recentemente contra grupos asiáticos como Aliexpress, Shopee e Shein.

As ações da Americanas exibiam alta de cerca de 5% nesta quarta-feira, cotadas a 0,70 real, acumulando queda de cerca de 22% no ano até a véspera.

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