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Indicação de Galípolo acontece em momento de incerteza e debate sobre juros

Mercados podem ajustar suas expectativas agora, sabendo quem estará no comando da política monetária

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Solange Srour

Diretora de macroeconomia para o Brasil no UBS Global Wealth Management

A escolha de Gabriel Galípolo para a presidência do BC (Banco Central) tem grande importância neste momento de alta volatilidade. Os mercados financeiros são, por natureza, extremamente sensíveis a incertezas e, ao antecipar a indicação do novo comando do BC, o governo contribui para reduzir ruídos e estabilizar as expectativas dos investidores.

Sabendo quem estará no comando da política monetária, os mercados poderão ajustar suas expectativas de acordo com comportamento, comunicação e ação do escolhido.

Gabriel Galípolo durante sabatina no Senado Federal para assumir cardo de diretor no BC - Folhapress

Importante destacar que a mudança no comando do BC acontece em um momento de incertezas sobre a condução da política monetária, já que há um debate sobre a necessidade ou não de iniciar um ciclo de aperto monetário. O mercado já precifica uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia, a Selic, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em setembro, e de 1,75 ponto percentual ao fim do ciclo de ajuste.

Essa falta de previsibilidade é reforçada ainda por um cenário externo instável e pela preocupação com a política fiscal de curto e médio prazos no Brasil. Todo esse ambiente de falta de previsibilidade afeta, além das condições do mercado financeiro, também as decisões de consumo e investimento.

Para reduzir essas incertezas, é esperado que Galípolo continue reforçando a mensagem de convergência das opiniões dos membros do Copom, mas suas palavras devem ganhar um peso ainda maior a partir de agora. Isso porque, no Brasil, o presidente do BC normalmente tem uma influência considerável nas decisões, ainda que em vários momentos cruciais tenham ocorrido divergências relevantes entre diretores de política econômica e de política monetária.

O importante, daqui para frente, é que o Banco Central —que está em transição, visto que ainda teremos três nomeações para as diretorias que ficarão vagas até o final do ano— continue buscando fortalecer a credibilidade da âncora monetária. Sem ela, será difícil alcançarmos juros mais baixos de forma sustentável.

A credibilidade da autoridade monetária continua sendo condição necessária para a manutenção da inflação em patamares baixos, mas não é, por si só, suficiente. O fortalecimento da âncora monetária precisa ser acompanhado do fortalecimento da âncora fiscal.

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