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Pressionado por ativistas, Barclays planejou saída de leilões de títulos de Israel

Medida seria estratégia para driblar críticas de ativistas pró-Palestina; governo israelense parabenizou banco por recuar do plano

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Ivan Levingston Ortenca Aliaj
Londres e Jerusalém | Financial Times

A Barclays elaborou planos para se retirar dos futuros leilões de títulos do governo israelense, enquanto revisava sua exposição ao país sob pressão de ativistas pró-Palestina, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

O banco do Reino Unido, um dos sete credores estrangeiros que ajudam o governo israelense a vender novas dívidas, havia se preparado para deixar o mercado nas últimas semanas, como parte de uma tentativa de silenciar críticas sobre suas relações com Israel durante a guerra em Gaza.

Bandeira da Palestina é vista em frente a uma unidade do Barclays durante ato pró-Palestina em Londres - Reuters

Na noite de terça-feira (13), após mais discussões internas, o Barclays informou às autoridades israelenses que se planejou para continuar a trabalhar como um chamado dealer primário, onde opera ao lado de outros bancos internacionais como Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Deutsche Bank.

Yali Rothenberg, contador geral de Israel, disse: "Apreciamos a declaração do banco afirmando seu compromisso contínuo com o estado de Israel."

"É crucial que instituições financeiras globais líderes, como o Barclays, escolham resistir ao boicote a Israel e apoiar seu legítimo direito à autodefesa como uma democracia ocidental líder," acrescentou Rothenberg.

O Barclays disse que estava "preparando uma resposta" para o último pedido de propostas de Israel da próxima venda de títulos, que está prevista para a semana que vem.

Israel vendeu bilhões de dólares em dívidas para ajudar a financiar o crescente déficit governamental causado pela guerra com o Hamas, incluindo uma venda recorde de títulos internacionais de US$ 8 bilhões em março.

Israel enviou tropas para Gaza em resposta ao ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, momento em que militantes mataram 1.200 pessoas e fizeram outras 250 reféns, segundo autoridades israelenses.

No entanto, nos últimos meses, Israel tem sido criticado pelo crescente número de vítimas de sua ofensiva, que matou mais de 39,9 mil palestinos, segundo autoridades palestinas, e alimentou uma catástrofe humanitária no enclave.

O credor britânico tem enfrentado crescente pressão de ativistas pró-Palestina, que pediram um boicote ao banco devido a supostos investimentos em empresas de defesa que fornecem armas usadas pelas Forças de Defesa de Israel.

Várias agências do banco em todo o Reino Unido foram alvos de manifestantes, com janelas quebradas ou manchadas com tinta vermelha.

O Barclays afirmou anteriormente que negocia ações das empresas para clientes, mas não investe diretamente nelas.

Em junho, o Barclays suspendeu patrocínios planejados para vários festivais de música depois de vários artistas ameaçarem boicotar os eventos.

A revisão do Barclays sobre seus negócios em Israel ocorre em meio a uma queda econômica e empresarial mais ampla devido à guerra. Em junho, a Colômbia disse que estava suspendendo as exportações de carvão para Israel em protesto contra o conflito.

Um mês antes, a Turquia disse que interromperia o comércio com o estado judeu até que permitisse um "fluxo ininterrupto e suficiente" de ajuda humanitária para Gaza.

Os combates também afetaram a classificação de crédito de Israel, com a Fitch anunciando na segunda-feira (12) que estava rebaixando a dívida do país de A para A-plus, citando riscos geopolíticos decorrentes da guerra. Moody’s e S&P Global fizeram movimentos semelhantes.

No entanto, alguns investidores se uniram ao país, com alguns governos municipais dos Estados Unidos aumentando as compras de títulos de Israel como um gesto de apoio.

O Barclays é classificado como o terceiro comprador mais ativo de títulos de Israel em leilões entre os 12 dealers primários oficiais no ano passado, segundo estatísticas oficiais. No trimestre encerrado em junho, caiu para o 11º lugar.

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