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PwC se prepara para suspensão de seis meses na China devido à auditoria da Evergrande

Punição, em resposta ao trabalho nas contas da desenvolvedora imobiliária falida, seria a mais severa de Pequim contra uma das "Big Four"

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Hong Kong, Nova York e Pequim | Financial Times

A PwC China informou aos clientes que espera que as autoridades chinesas apliquem uma suspensão de seis meses nos negócios, que começará já em setembro, como parte da punição pela auditoria da desenvolvedora imobiliária falida Evergrande.

A ação contra a PwC acontece após o regulador de valores mobiliários da China ter dito em março que a Evergrande inflou receitas no continente em quase US$ 80 bilhões nos dois anos antes de deixar de cumprir suas dívidas, em 2021, apesar de a unidade chinesa da PwC ter dado um parecer favorável às contas.

Entidade, agora em risco de suspensão na China, faz parte do grupo das quatro maiores auditorias do mundo - Reuters

A suspensão dos negócios, potencialmente acompanhada por uma grande multa, seria a ação mais severa já tomada pelos reguladores chineses contra uma das "Big Four" —grupo que reúne as quatro maiores auditorias do mundo.

Isso ocorre enquanto Pequim intensifica a fiscalização sobre o papel dos auditores em escândalos financeiros, neste caso no setor imobiliário em crise, que já contribuiu com cerca de um quarto do produto interno bruto do país.

Embora não ameace a sobrevivência da PwC China, a punição ameaça ser altamente disruptiva. A entidade foi a maior firma de contabilidade do país em receita em 2022, arrecadando 7,9 bilhões de renmimbi (US$ 1,1 bilhão), de acordo com dados do governo.

A suspensão impediria a PwC China de assinar resultados financeiros e ofertas públicas iniciais e de conduzir outras atividades regulamentadas, disseram vários clientes ao Financial Times. A firma assegurou aos clientes que os funcionários continuarão trabalhando durante a suspensão e poderão certificar as opiniões de auditoria em seus relatórios anuais de 2024 assim que a suspensão terminar, em março.

A suspensão em todo o país superaria a punição aplicada à rival Deloitte no ano passado por "deficiências graves de auditoria" em seu trabalho para a China Huarong Asset Management. À época, a Deloitte pagou uma multa de US$ 31 milhões e as operações em Pequim foram suspensas por três meses.

Muitos clientes listados no continente são proibidos de trabalhar com um auditor que tenha sido sancionado pelas autoridades dentro de três anos.

Em 2024, a unidade chinesa da PwC já perdeu pelo menos dois terços de suas receitas de contabilidade de clientes listados no continente, à medida que eles mudaram para outras firmas, um êxodo que expõe as consequências de sua falha na auditoria da Evergrande.

Alguns dos clientes estatais da PwC estão correndo para divulgar resultados semestrais, buscando minimizar danos colaterais. O Banco da China, que está usando a PwC para seu relatório intermediário —mas já mudou para a EY para a auditoria anual— adiantou a data de divulgação de seus resultados em um dia, para 29 de agosto. Uma pessoa do banco disse que funcionários do ministério das finanças disseram que o anúncio da penalidade contra a PwC era esperado até o final de agosto.

O Banco da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Clientes listados no continente e estatais representam uma minoria da receita da PwC China. A entidade está tentando reter o máximo possível de seus negócios e tranquilizar seus maiores clientes internacionais, incluindo os gigantes da internet chinesa, Alibaba e Tencent, de que pode completar suas auditorias de 2024, de acordo com duas pessoas de empresas clientes.

A empresa também incentivou alguns clientes a assinarem contratos para serviços futuros em 2025.

"A PwC prometeu completar o relatório anual, então escolhemos acreditar neles", disse um cliente de Hong Kong. "Se a penalidade for diferente do que eles indicaram, podemos reconsiderar, mas não queremos chutá-los quando eles já estão por baixo."

A perda de clientes e as penalidades iminentes levaram a demissões aceleradas em várias filiais da PwC na China, para cortar custos. A PwC China disse que "não seria apropriado comentar" sobre "um assunto regulatório em andamento".

Stephen Foley , Cheng Leng , Eleanor Olcott e Wenjie Ding

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