Descrição de chapéu Argentina

Economia argentina volta a encolher em junho, em desafio para Milei

Queda foi o dobro da contração esperada por analistas; medidas de austeridade afetaram consumo e setores-chave

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Buenos Aires | Reuters

A atividade econômica da Argentina caiu 3,9% em junho em comparação com o mesmo mês do ano passado, após uma rara alta em maio, mostraram dados oficiais desta quarta-feira (21).

A queda de junho foi o dobro da contração de 1,9% esperada por analistas consultados pela Reuters. A maior queda prevista na pesquisa estimava que a combalida economia sul-americana encolheria 3,2%.

A imagem mostra uma seção de queijos em um supermercado. No fundo, há uma grande placa com a palavra 'QUESOS' e várias imagens de diferentes tipos de queijos. À esquerda, há prateleiras com queijos em embalagens vermelhas e outras variedades. Uma pessoa com cabelo cacheado e uma jaqueta verde está empurrando um carrinho de compras em direção às prateleiras de queijos. O chão é de concreto e a iluminação é clara.
Mulher fazendo compras em supermercado de Buenos Aires - Martin Zabala - 11.abr.2024/Xinhua

As duras medidas de austeridade promovidas pelo presidente libertário Javier Milei visando controlar a inflação de três dígitos afetaram o consumo, bem como os setores-chave de construção e manufatura.

De acordo com os dados, a construção caiu quase 24% em relação ao ano anterior em junho, enquanto a atividade industrial recuou 20% no mês.

Enquanto isso, o setor agrícola e pecuário da Argentina, impulsionado pelos grãos, registrou o maior crescimento de todos os setores, com salto de 82% em junho.

O consumo e a atividade econômica despencaram desde dezembro devido à desvalorização do peso e aos cortes orçamentários. Segundo a Câmara Argentina da Média Empresa, a venda no varejo caiu 15% em julho, em relação ao mesmo período de 2023, e 17% no acumulado do ano.

De acordo com dados da Seguridade Social, mais de 600 mil pessoas deixaram de contribuir nos últimos seis meses, o que poderia significar uma perda de emprego ou uma transição para a informalidade laboral.

Na semana passada, os dados de inflação na Argentina alcançaram a cifra mensal mais baixa dos últimos dois anos e meio, de 4%, e a terceira consecutiva abaixo de 5%, segundo o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos).

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) alcançou nos últimos 12 meses 263,4%, um dos níveis mais altos do mundo, enquanto nos primeiros sete meses do ano chegou a 87%.

Na ocasião, Milei celebrou os dados de inflação do país. "Quando olhamos o mapa de atividade, as luzes verdes cada vez ganham um pouco mais de terreno, e tecnicamente a recessão viveu seu pior momento em abril e maio", disse.

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