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Descrição de chapéu Venezuela

Brasil, EUA e 14 países das Américas repudiam eleição na Venezuela

Grupo diz que pleito não terá legitimidade se não for justo, democrático e sem presos políticos

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fala durante comício com aliados neste sábado (14) em Caracas - Palácio de Miraflores/Reuters

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Lima

Em comunicado divulgado no fim da Cúpula das Américas, o Brasil, os EUA e outros 14 países da região declararam que as eleições na Venezuela não terão legitimidade, nem credibilidade, se não for um processo democrático e sem presos políticos. 

Países como a Argentina, o Peru e a Colômbia queriam que a declaração condenasse de forma inequívoca a votação de 20 de maio, afirmando que não será reconhecida. 

Mas o Brasil pediu maior moderação por acreditar que não reconhecer a eleição implicará romper completamente com o regime do ditador Nicolás Maduro.

O governo brasileiro acredita que precisa manter relações para cuidar de questões como saúde, interesses de brasileiros, embora não veja a eleição como legítima. 

Para Brasília, alguns países da região estão dizendo que não reconhecerão as eleições, mas será apenas um gesto retórico, pois, se isso ocorresse de verdade, implicaria no rompimento total de relações com o regime.

Líderes como o argentino Mauricio Macri, o colombiano Juan Manuel Santos, o chileno Sebastián Piñera e o panamenho Juan Carlos Varela adotaram um tom muito mais agressivo em seus discursos.

Santos afirmou que não reconhecerá as eleições "porque elas estão desenhadas para maquiar uma ditadura".

Macri foi o primeiro a criticar a Venezuela, na abertura da cúpula. "Não é uma eleição democrática, e a comunidade internacional não pode ficar quieta. Não podemos vir a essa cúpula, dizer que os responsáveis são os outros."

Piñera afirmou que o não reconhecimento por parte do Chile será "porque não cumpre os requisitos mínimos de uma eleição democrática", e Varela, por ser "uma atitude contra o povo venezuelano." 

Já o presidente Michel Temer não afirmou que o Brasil não reconhecerá as eleições que se realizam na Venezuela no próximo dia 20 de maio.

"Trabalhamos com o Grupo de Lima e queremos uma OEA [Organização dos Estados Americanos] cada vez mais atuante para que possa ajudar o povo da Venezuela a reencontrar a trajetória da democracia", afirmou.

PENCE

Citando os próceres latino-americanos Simón Bolívar e José de San Martín, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, elogiou os esforços dos países da região em pressionar a Venezuela a retomar sua democracia, mas pediu ações ainda mais duras.

Elogiou o Peru por não ter convidado o país a participar da Cúpula das Américas, os próprios EUA e o Canadá por impor sanções a funcionários do governo, o Panamá por rastrear contas de membros do regime venezuelano, e o Brasil e a Argentina por suspender o país do Mercosul.

"A Venezuela já foi um dos países mais ricos do nosso hemisfério e hoje é um dos mais pobres. Não deixaremos que as pessoas sofram aos pés de um déspota como Maduro".

Pence emendou críticas a Cuba, que chamou de um "regime comunista cansado mas que continua a empobrecer seu povo." "Não vamos permitir que Cuba continue ajudando, com sua ditadura corrupta, a continuação da tragédia venezuelana". 

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, defendeu seu país e a Venezuela. Disse que Pence foi covarde ao "atacar o companheiro Maduro quando ele não está aqui."

E acrescentou que os EUA não têm autoridade moral para dar aulas de ética política quando "financiaram e apoiaram governos despóticos na região, como as ditaduras dos anos 1970". 

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