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Descrição de chapéu Governo Trump

Em 2 anos de governo, desempenho de Trump é avaliado como abaixo do esperado, indica pesquisa

Reabertura do governo sem dinheiro para muro na fronteira coloca presidente em choque com comentaristas conservadores

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Nova York

O desempenho do presidente Donald Trump em seus dois anos à frente do governo americano é avaliado como abaixo do esperado por americanos, segundo pesquisa do jornal The Washington Post e da emissora ABC News.

O levantamento avaliou dez temas principais e de personalidade envolvendo o republicano, como capacidade de lidar com a segurança na fronteira e saúde, habilidade no manejo da economia e competência para lidar com o déficit federal.

O presidente dos EUA, Donald Trump, fala em reunião com líderes conservadores na Casa Branca - Mandel Egan - 23.jan.19/AFP

Os resultados não são animadores para o presidente, que vem de uma derrota para os democratas na queda de braço envolvendo o financiamento ao muro na fronteira do México –em disputa que levou à mais longa paralisação do governo dos EUA.

A aprovação geral do trabalho de Trump nesses dois anos é de 37%, um ponto acima do seu recorde de baixa, em agosto de 2018.

A pesquisa foi conduzida por telefone entre 21 e 24 de janeiro, antes de Trump concordar em reabrir o governo sem o dinheiro para o muro, no último dia 25. Foram entrevistados 1.001 adultos, e a margem de erro é de 3,5 ponto percentual, para mais ou para menos.

Segundo o levantamento, 57% dos consultados avaliaram negativamente a forma como o presidente lidou com a segurança da fronteira, uma de suas principais plataformas de campanha. É um percentual próximo aos 54% que se opõem à construção do muro na fronteira com o México.

A decisão de reabrir o governo sem dinheiro para a obra colocou Trump em choque com comentaristas conservadores, que viram uma espécie de capitulação do presidente.

A autora Ann Coulter, uma das maiores apoiadoras do republicano, afirmou que, se Trump adotasse princípios do “Manifesto Comunista”, de Friedrich Engels e Karl Marx, seria uma traição menor do que o recuo em relação à promessa de campanha.

Peter Wehner, membro do conservador Ethics and Public Policy Center e que trabalhou para presidentes como Ronald Reagan, George Bush e George W. Bush, afirmou que Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados americana, havia exposto Trump como “desprezivelmente fraco, todo fanfarrão, um negociador patético.”

Na pesquisa do Post com a ABC, 35% dos americanos disseram confiar no presidente para tomar a decisão correta sobre o futuro do país.

No quesito, a avaliação dos principais adversários do republicano também não é boa. Só 34% têm confiança nos democratas no Congresso, ante 30% nos republicanos e 30% em Pelosi.

Quando se contrasta a confiança no presidente, em Pelosi, nos democratas no Congresso e nos republicanos, a maioria tem mais dúvidas sobre o republicano do que sobre os demais.

Quase cinco em dez americanos dizem questionar a tomada de decisões futuras de Trump. Para Pelosi, o número é de 37%, enquanto três em dez confiam nos democratas no Congresso e nos republicanos.

No campo econômico, logo após a posse, seis em dez americanos esperavam que o republicano tivesse um bom desempenho. Hoje, metade avalia a performance como positiva e a outra metade, como negativa.

Até mesmo os mais otimistas e pessimistas estão divididos, mostra a pesquisa: 27% dizem que a maneira como ele lida com a economia tem sido “excelente”, mesmo percentual que afirma ser “ruim”.

A queda é mais ampla entre os independentes: 67% esperavam que o republicano tivesse um bom desempenho na economia, mas só 49% consideram que ele fez um bom trabalho.

A maior diferença entre as expectativas iniciais envolvendo o presidente na posse e hoje se dá no déficit federal. Logo ao ser empossado, metade dos americanos considerava que Trump conseguiria lidar bem com o assunto.

Hoje, 33% avaliam a atuação como positiva. Uma das maiores mudanças ocorreu na visão dos republicanos: dois anos atrás, 87% deles esperavam que ele lidasse efetivamente com o déficit. Agora, são 67%.

Na saúde, a avaliação positiva do trabalho do presidente também caiu, recuando de 44% para 33%.

Ao lado do déficit e da saúde, as piores avaliações de Trump vêm nos assuntos mulheres de relações raciais, áreas nas quais o presidente começou mal já.

Um terço diz que ele fez um trabalho excelente ou bom nos primeiros dois anos, mas seis entre dez qualificam a performance do republicano como ruim ou não tão boa.

O presidente também não tem performance boa no manejo de crises internacionais. Nessa questão, as expectativas estão alinhadas com sua posse, com 43% considerando que Trump fez um trabalho bom ou excelente.

Já a resposta do presidente ao terrorismo foi qualificada como pior. Dois anos atrás, 56% esperavam que ele fosse bem-sucedido no assunto, fatia que hoje é de 50%.

Quando a avaliação é sobre a personalidade do presidente, a situação piora. Um em três americanos diz ter impressões favoráveis dele como pessoa.

A maioria não avalia que Trump tenha a personalidade ou temperamento para ser presidente. Ele também não é visto como um negociador político efetivo. Além disso, a maior parte também diz que o republicano não trouxe a mudança necessária a Washington.

A avaliação do presidente varia conforme demografia e regiões. Brancos e não-brancos qualificaram a performance de Trump na economia pior que o esperado, mas uma maioria de brancos (58%) aprova a performance econômica do republicano, e só um terço de não-brancos deram a ele notas boas ou excelentes na economia.

O Oeste é onde estão os mais insatisfeitos com a economia, com 58% das pessoas esperando sucesso, mas só 40% dizendo que Trump foi bem.

No Sul, 66% avaliavam, no início, que o presidente iria bem, percentual que hoje se aproxima da metade. A menor decepção se deu no Meio-Oeste, com queda de cinco pontos percentuais, para 54% de aprovação.

As famílias de baixa renda mostravam maior decepção com o presidente. Quando ele assumiu, metade das famílias de todas as rendas esperava que ele tivesse sucesso em ajudar a classe média.

Após dois anos, um terço das famílias que ganham menos de US$ 50 mil ao ano consideram que ele está sendo bem-sucedido, comparado com 43% dos mais abastados.

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