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Imerso em crise política, premiê do Canadá se defende de acusações

Justin Trudeau é acusado de fazer pressão para livrar empresa de processo judicial

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, em entrevista coletiva para se defender de acusações - Lars Hagberg/AFP

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Ottawa

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, desmentiu nesta quinta-feira (7) que tenha interferido de forma “partidária” para tentar influenciar em um caso judicial, em resposta a acusações de sua ex-ministra da Justiça que originaram uma grave crise política no país e podem minar suas chances de se reeleger em outubro.

"Posso repetir e reafirmar aos canadenses que não houve quebra dos nossos sistemas, das nossas leis, da integridade das nossas instituições”, disse Trudeau, em uma entrevista coletiva, afirmando que nem ele nem autoridades próximas a ele fizeram nada “inapropriado”.

Durante um mês, o governo ficou na defensiva em relação às alegações da ex-ministra Jody Wilson-Raybould de que autoridades a pressionaram, no ano passado, para ajudar a construtora SNC-Lavalin Group Inc a evitar um processo criminal.

A empresa enfrenta acusações de corrupção por supostos pagamentos de dezenas de milhões de dólares em subornos entre 2001 e 2011 na Líbia, para assegurar contratos com o governo de Muamar al Gadafi. A ex-ministra diz ter sofrido "pressões" para negociar um acordo amistoso em relação ao caso.

Acusado de ter protegido a SNC-Lavalin por razões eleitorais, Trudeau reconheceu que lembrou à ministra, em uma reunião, que ele era representante de Quebec, onde fica a sede da empresa, mas disse que o fez porque 9.000  postos de trabalho estavam em jogo.

“Esse comentário não era de natureza partidária”, afirmou.

O primeiro-ministro lamentou a “erosão de confiança” entre Wilson-Raybould e seu entorno.

Na segunda (4), a ministra do Tesouro, Jane Philpott, renunciou e disse que já não confiava no governo do premiê.

O caso abalou a popularidade de Trudeau, que, segundo uma pesquisa, receberia apenas 31% dos votos se as eleições fossem agora —queda de três pontos na comparação com a pesquisa anterior—  enquanto o líder do partido Conservador, Andrew Scheer, teria 40%. 

O levantamento mostra que 64% dos canadenses estão acompanhando o desenrolar do caso, e 55% dizem que o escândalo vai influenciar seu voto na eleição de outubro. 

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