Cúpula do partido de Netanyahu prestigia chegada de Bolsonaro a Israel
Nomes de peso de sigla do premiê participaram da recepção do presidente brasileiro no aeroporto
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A chegada do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, parecia mais uma convenção do Likud, o partido do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
Para a recepção no aeroporto, sob forte chuva e que não durou mais do que 20 minutos, alguns dos principais nomes do partido estiveram presentes, entre eles o ministro de Segurança Interna, Gilad Erdan; o ministro de Energia, Yuval Steinitz; o ministro da Ciência e Tecnologia, Ofir Akunis; a vice-chanceler, Tzipi Hotovelly; e o ministo dos Transportes e chanceler interino de Israel, Yisrael Katz, que se reuniu com Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores do Brasil.
A presença maciça da cúpula do partido governista demonstra a importância dada por Netanyahu à visita de Bolsonaro a Israel.
Além de ter ido pessoalmente ao aeroporto —algo raro, principalmente diante da chuva torrencial que só deu uma leve trégua durante a cerimônia—, Netanyahu também surpreendeu ao discursar em hebraico e não em inglês, como costuma fazer ao receber líderes internacionais.
Motivo: para ele, falar para o público interno, no momento, é mais importante do que discursar para ouvidos internacionais.
A nove dias dias das eleições, Netanyahu lida com diversas crises ao mesmo tempo: o provável indiamento por corrupção, a tensão com o Hamas na fronteira com a Faixa de Gaza e as acusações de que permitiu à Alemanha vender submarinos avançados para o Egito sem consultar nenhum de seus assessores. Tudo isso influencia na situação complicada do Likud nas pesquisas eleitorais.
O partido de Netanyahu está em segundo lugar nas pesquisas, pouco atrás da legenda Azul e Branco, do arquirrival Benny Gantz, um general da reserva e ex-chefe das Forças Armadas. Mesmo sem o carisma político de Netanyahu, ele conseguiu montar um partido de centro que atrai a classe média e os direitistas moderados que preferem ver Netanyahu aposentado.
Para o atual premiê, receber o presidente do maior país da América Latina é prova de que sua diplomacia da última década deu certo: Israel se aproximou de vários países africanos, do Leste Europeu e até mesmo do mundo árabe (mesmo que informalmente).
Isso melhora, segundo ele, a posição geopolítica do país em fóruns internacionais. Mesmo que Israel continue a ser admoestado pela ONU e outras organizações, pelo menos há mais votos pró-Israel ou abstinências.
É como estadista mundial que Netanyahu quer se apresentar a seus eleitores. Bolsonaro é, nesse sentido, seu trunfo pré-eleitoral.
Mesmo que o presidente brasileiro não anuncie a transferência da embaixada do Brasil para Jerusalém, é bom para a campanha do primeiro-ministro o fato de Bolsonaro estar no país e ir ao Muro das Lamentações com Netanyahu a seu lado, algo incomum, uma vez que autoridades internacionais costumam visitar o local em caráter privado.
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