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Descrição de chapéu Venezuela

Discurso de Trump sobre intervir na Venezuela é 'figura de retórica', diz Mourão

Em visita aos EUA, vice disse que agonia no país vizinho deve durar, mas que ação militar está descartada

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Boston

Em visita aos Estados Unidos, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou ser muito pouco provável que o presidente americano, Donald Trump, autorize de fato uma intervenção militar na Venezuela e que o discurso da Casa Branca em relação à ditadura de Nicolás Maduro é mais uma "figura de retórica" do que ação efetiva. 

Segundo o general, a crise na Venezuela ainda vai se prolongar por um tempo, mas a opção militar está descartada pelo governo brasileiro.

"A aplicação do hard power, uma intervenção militar, eu vejo como muito pouco provável, mesmo com todo o poderio bélico que os EUA têm, pela própria situação do país, pelas características topográficas da Venezuela", disse Mourão a jornalistas neste sábado (6), em Boston.

O vice-presidente Hamilton Mourão na abertura da feira militar LAAD, no Rio de Janeiro - Ricardo Moraes/Reuters

"O processo venezuelano vai prolongar essa agonia por um tempo, até que as forças existentes lá dentro consigam controlar milícia, cubanos e, a partir daí, se providencie uma saída para o governo Maduro. Por outro lado, temos deixado claro que não estamos pensando na opção militar. Mesmo quando o presidente Trump fala que todas as opções estão sobre a mesa é mais uma pressão, figura de retorica, do que ação mesmo", completou.

Mourão, assim como a ala militar do governo de Jair Bolsonaro, é contrário a qualquer ação que extrapole a ajuda humanitária à Venezuela, enquanto a Casa Branca segue com o discurso público de que todas as opções estão sobre a mesa quando se trata de combater a crise no país latino-americano.

O Brasil, assim como os EUA e outras dezenas de países, reconheceram o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Mas os militares do governo brasileiro não querem que o Planalto dê nenhum apoio a ações militares no país, mesmo com apelos diretos de Trump no sentido contrário.

Bolsonaro, porém, deu declarações ambíguas sobre o assunto desde que esteve nos EUA para se encontrar com o americano.

Na ocasião, o brasileiro não descartou a possibilidade de apoiar os EUA em uma eventual ação militar na Venezuela. Durante a visita a Washington, Bolsonaro chegou a dizer que contava com o apoio e capacidade bélica dos EUA para "libertar o povo" venezuelano.

Dias depois, em viagem ao Chile, o presidente brasileiro recuou e descartou apoio a uma intervenção no país vizinho. Seu filho mais novo, Eduardo, havia dito no mesmo dia que "de alguma forma será necessário usar a força" contra Maduro.

Eduardo participou da reunião privada entre Trump e Bolsonaro, na Casa Branca, na qual a crise Venezuela foi discutida.

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