Siga a folha

Milhares de manifestantes pedem renúncia de líder de Hong Kong

Carrie Lam pede desculpas por atuação do governo sobre projeto de lei de extradição

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Hong Kong | AFP e Reuters

Vestidas de preto, uma multidão contabilizada entre um milhão, segundo a polícia, e dois milhões, segundo os organizadores, encheu as ruas de Hong Kong neste domingo (16), no que está se tornando o mais significativo desafio da relação entre o território semiautônomo e a China em mais de 20 anos.

Os manifestantes agora pedem a renúncia da chefe executiva Carrie Lam, pró-Pequim, após ela ter adiado indefinidamente o projeto de lei que autoriza extradições para a China continental. O recuo foi uma resposta aos protestos recentes repreendidos com violência pela polícia. 

Na multidão estavam famílias inteiras, desde jovens a idosos, que formavam um mar de preto pelas calçadas e estações de trem. Alguns carregavam cravos brancos, enquanto outros seguravam cartazes com a frase “não atire, somos Hong Kong” e gritavam “renuncie!”.

Na quarta (12), mais de 70 pessoas ficaram feridas por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

No sábado, um homem morreu ao cair do telhado de um centro comercial, no qual ficou por várias horas com um cartaz com a pedido: “Retire completamente a lei de extradição chinesa. Não somos baderneiros”. No domingo, pessoas formavam enormes filas para deixar flores, dobraduras e mensagens no local da tragédia.

Também no domingo, Lam pediu oficialmente desculpas à população pela forma como seu governo tentou aprovar o projeto. Em nota, admitiu que as deficiências de seu governo levaram a conflitos e disputas que desapontaram e angustiaram a população. 

“A chefe executiva apresenta suas desculpas aos cidadãos e promete aceitar críticas com mais sinceridade e humildade.”

No sábado, Lam já havia dito que lamentava a atuação do governo no episódio, prometendo “reativar a comunicação com a sociedade e ouvir diferentes opiniões”. Questionada se renunciaria, pediu uma “nova chance”.

Os manifestantes também pretendem pressionar Lam para que a retirada do projeto de lei seja definitiva e para que os policiais envolvidos na repressão sejam punidos.

“A suspensão significa que o projeto pode ser reativado a qualquer momento”, disse Lee Cheuk-yan.

Segundo o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, o presidente Donald Trump pretende falar sobre as manifestações com o dirigente chinês Xi Jinping, durante a cúpula do G20 no final de junho, no Japão.

“O presidente é sempre um forte defensor dos direitos humanos”, disse Pompeo ao canal americano Fox News. “Tenho certeza de que a questão será abordada.”

O projeto de lei gerou o temor de que habitantes de Hong Kong fiquem sujeitos a julgamentos politizados na China. A comunidade empresarial teme ainda a possibilidade de a reforma prejudicar a imagem internacional e a atratividade do centro financeiro. 

O secretário das Finanças de Hong Kong, Paul Chan, minimizou o impacto dos protestos em blog publicado neste domingo. 

“Mesmo que o ambiente externo continue obscuro e a atmosfera social continue tensa, os mercados financeiros e econômicos de Hong Kong ainda estão operando de maneira estável e ordeira.” 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas