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Descrição de chapéu Coreia do Norte

Economia da Coreia do Norte encolhe 4,1% e tem pior queda em 21 anos

Sanções internacionais e seca comprometem a produção no país

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Seul | Reuters

A economia da Coreia do Norte, atingida por sanções internacionais e por uma seca severa, encolheu em 2018 pelo segundo ano seguido e teve a maior retração em 21 anos, segundo o banco central da Coreia do Sul.

O PIB da Coreia do Norte ficou 4,1% menor no ano passado em termos reais, o pior resultado desde 1997, e o segundo declínio consecutivo depois de uma queda de 3,5% em 2017, estimou a entidade sul-coreana. 

O ditador Kim Jong-un observa teste com míssel na quinta (25) - KCNA/AFP

A Coreia do Norte não revela nenhuma estatística sobre sua economia. O banco central da Coreia do Sul publica estimativas sobre o país vizinho desde 1991, feitas com base em várias fontes, incluindo agências de comércio exterior.

O comércio internacional da Coreia do Norte registrou queda de 48,4% em seu valor em 2018, pois as sanções internacionais aplicadas a partir de 2016 levaram a um corte de quase 90% nas exportações, segundo o banco sul-coreano.

O setor de mineração teve queda de 17,8% devido a sanções às exportações de carvão e outros itens, enquanto agricultura, pesca e extração de produtos florestais caíram 1,8% por causa da seca.

A população da Coreia do Norte é estimada em 25 milhões de pessoas (a Grande São Paulo tem 21 milhões) e a renda per capita é de US$ 1.298 (no Brasil, é de US$ 9.821, ou R$ 37 mil), segundo o banco central sul-coreano. 

"Com as sanções dadas à Coreia do Norte, não há como a economia não se contrair severamente", disse Benjamin Silberstein, especialista em economia norte-coreana, baseado no centro Stimson, nos EUA.

"Os dados sugerem que está havendo um aumento massivo do uso interno de carvão e minerais. A indústria doméstica está provavelmente sendo alimentada com energia barata, dada a quantidade de produção que segue sendo feita", disse. 

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul impõem sanções internacionais contra a Coreia do Norte, como represália pelo país estar desenvolvendo armas nucleares e um programa de mísseis.

O ditador norte-coreano Kim Jong-un e o presidente dos EUA, Donald Trump, tiveram três reuniões presenciais desde junho de 2018, mas não chegaram a um acordo. 

A Cruz Vermelha alertou na semana passada que houve aumento no número de pessoas com desnutrição, pois a colheita rendeu apenas metade da quantidade de comida esperada.

O funcionário da ONU James Belgrave visitou a Coreia do Norte em abril e disse que houve uma queda de 20% no produção de trigo e cevada, devido à um período de seca.

"O trigo e a cevada que foram colhidos pareciam muito secos, mal desenvolvidos e menores do que deveriam ser", disse Belgrave.

Na década de 1990, uma grande crise de falta de alimentos na Coreia do Norte matou mais de um milhão de pessoas. 

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