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Índia pressiona até último minuto, mas Bolsonaro não anunciará isenção de vistos

Declaração final de líderes citará apenas mecanismo para facilitar processo

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Déli

A isenção de visto para cidadãos da Índia entrarem no Brasil não será apresentada durante a visita do presidente Jair Bolsonaro no país, apesar da pressão dos indianos, que insistiram até o último minuto para que o anúncio fosse feito neste sábado (25).

A declaração final dos dois países se restringirá a mencionar a implementação de mecanismo para facilitar a isenção de vistos para turistas e empresários.

De acordo com fontes do governo brasileiro, os indianos pediram muito para que o anúncio fosse feito, mas ainda restam algumas etapas antes da concretização do pacto.

Da esq. para a dir., o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, o presidente indiano, Ram Kovind, e o primeiro-ministro Narendra Modi em cerimônia no palácio presidencial, em Nova Déli - Jewel Samad/AFP

A expectativa do governo indiano se baseia em promessas do próprio Bolsonaro. Durante visita oficial a Pequim, no fim de outubro, o presidente havia dito que cidadãos de Índia e China não precisariam mais de vistos para entrar no Brasil.

O governo indiano e a imprensa do país comemoraram e noticiaram a declaração com destaque.

Os diplomatas brasileiros, por outro lado, foram pegos de surpresa. Havia estudos para facilitar a concessão de vistos para indianos, mas não a isenção.

O nível de recusa de vistos brasileiros para indianos é alto, porque se trata de uma nacionalidade com forte propensão a emigrar. A diáspora indiana no mundo é de 31 milhões de pessoas —no entanto, apenas 5.000 indianos vivem no Brasil.

Nos EUA, por exemplo, 27,75% dos pedidos de visto de indianos foram recusados em 2019, diante de 18,5% referente a brasileiros. Isso se dá, principalmente, porque a comunidade indiana nos EUA é grande, e há receio de que, ao chegarem ao país com visto de turistas, indianos permaneçam nos EUA com parentes, morando ilegalmente.

Além disso, para a Polícia Federal do Brasil, as tensões na região, com alto índice de terrorismo no Paquistão e Sri Lanka, são outro entrave para a isenção. O Brasil nem sequer tem um adido do órgão na Índia.

Ainda assim, durante a cúpula dos Brics, em novembro, o presidente Bolsonaro reiterou a promessa, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, agradeceu publicamente.

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