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Isenção de visto a chineses também não tem prazo para sair, diz Eduardo Bolsonaro

Segundo deputado federal, presidente elogiou Narendra Modi pela 'liberdade religiosa' na Índia

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Déli

O deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmou que a isenção de visto tanto para indianos quanto para chineses entrarem no Brasil ainda está em estudo e não há prazo para ser concretizada.

A declaração diverge de anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro em visita à China, em outubro, quando o líder brasileiro prometeu dispensar os cidadãos dos dois países de visto.

“Tanto a isenção de visto para China como para a Índia estão sendo trabalhadas, está sendo feito um estudo mais detalhado pelo Itamaraty”, disse Eduardo, que integra a comitiva do presidente em visita à Índia. “A expectativa é que a isenção saia, mas não há um prazo para isso.”

O presidente Jair Bolsonaro revista guarda durante recepção no palácio presidencial em Nova Déli - Press Information Bureau/AFP

Os chineses, assim como os indianos, estavam ansiosos com a perspectiva de receber isenção de vistos para entrar no Brasil. A expectativa dos governos se baseia em promessas do próprio Bolsonaro.

Os indianos pressionaram até o último minuto para que o presidente brasileiro anunciasse a medida durante a visita a Déli, mas a declaração final da visita mencionou apenas um mecanismo de facilitação para isenção de visto.

O nível de recusa de vistos brasileiros para indianos é alto, porque se trata de uma nacionalidade com forte propensão a emigrar. A diáspora indiana no mundo soma 31 milhões de pessoas —no entanto, apenas 5.000 indianos vivem no Brasil.

Nos EUA, por exemplo, 27,75% dos pedidos de visto de indianos foram recusados em 2019, diante de 18,5% referente a brasileiros. Isso se dá, principalmente, porque a comunidade indiana nos EUA é grande, e há receio de que, ao chegarem ao país com visto de turistas, indianos permaneçam no país com parentes, morando ilegalmente.

Além disso, para a Polícia Federal do Brasil, as tensões na região, com alto índice de terrorismo no Paquistão e Sri Lanka, são outro entrave para a isenção. O Brasil nem sequer tem um adido do órgão na Índia.

“Por causa das características culturais do povo, da língua e da diferença natural com o Brasil, sabemos que o indiano dificilmente vai entrar como turista e depois ficar ilegal no país", disse Eduardo. "Mas tudo tem que ser estudado."

Na semana em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, estampa a capa da revista britânica The Economist, com o título “Índia intolerante: como Modi está colocando em perigo a maior democracia do mundo”, Bolsonaro, segundo o deputado, elogiou o líder hindu pela “liberdade religiosa" na Índia.

“O presidente elogiou a liberdade religiosa presente na Índia, disse que se sentiu confortável aqui, apesar de não ser um país de maioria cristã. Ele se sentiu muito bem acolhido, visitou um templo [hindu]“, disse Eduardo.

Os dois líderes se reuniram neste sábado (25) e anunciaram 15 acordos bilaterais.

Segundo o parlamentar, Bolsonaro não discutiu com Modi temas controversos, como a situação da Caxemira e dos muçulmanos no país. 

O premiê tem sido muito criticado por adotar medidas que, segundo críticos, privilegiam a maioria hindu do país e prejudicam muçulmanos.

A aprovação da nova Lei de Cidadania —que facilita a obtenção de cidadania para imigrantes de Paquistão, Bangladesh e Afeganistão, desde que não sejam muçulmanos— é vista como a mais recente medida da ofensiva fundamentalista hindu do primeiro-ministro.

Em agosto, Modi revogou a autonomia constitucional da Caxemira, única região de maioria muçulmana na Índia, o que fez com que, nas últimas semanas, dezenas de milhares de indianos fossem às ruas protestar contra o que consideram uma ruptura da democracia secular indiana.

Eduardo vê muitas semelhanças entre o presidente Bolsonaro e o premiê indiano e afirma que os dois “têm muita química”.

“Eles estão se entrosando muito bem, são duas pessoas notoriamente nacionalistas, defendem seus países, são avessos a alguns foros internacionais”, diz.

Ele cita que ambos os líderes foram atacados pelo bilionário George Soros, que anunciou nesta semana o investimento de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,2 bilhões) na criação de uma rede acadêmica para lutar contra os "ditadores de agora e em gestação" e as mudanças climáticas.

Soros criticou a atuação de Bolsonaro na área ambiental e acusou os governos de China, Rússia e Índia de autoritários.

“No final das contas, sabemos que Soros prega muito o combate aos valores judaico-cristãos, à sociedade ocidental, é a favor de aborto, de países sem fronteiras e apoia muito as ONGs internacionais”, afirmou o deputado.

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