Trump conta detalhes de contagem regressiva até a morte de Suleimani: 'ele tem um minuto para viver'
Presidente falou sobre a operação durante jantar com doadores de campanha
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Em um encontro com doadores de campanha, o presidente dos EUA Donald Trump fez um relato dramático do ataque aéreo que matou o general iraniano Qassim Suleimani, brincou que não se importa se os projetos de construção matam todas as cobras e mostrou sua indiferença ao Orçamento.
As declarações ocorreram durante um jantar privado na noite de sexta-feira (17), em Mar-a-Lago, de acordo com arquivos de áudio obtidos pelo jornal The Washington Post.
Trump explicou sua motivação para atacar Suleimani e relatou ouvir uma contagem regressiva oficial do Exército para a ação, realizada em 3 de janeiro.
O presidente não disse nada sobre um "ataque iminente" por parte do Irã aos interesses dos EUA ou ameaças a quatro embaixadas dos EUA, como havia dito anteriormente para justificar o ataque militar que aumentou as tensões na região e abriu o debate sobre os poderes de guerra presidenciais.
Em vez disso, ele se referiu a Suleimani como "o pai das minas na estradas", responsáveis por "todos os jovens e bonitos homens e mulheres que você vê andando por aí sem pernas ou sem braços".
Trump disse que soube duas semanas do ataque que os EUA tinham Suleimani sob vigilância e que ele estava “falando sobre coisas ruins”.
"Ele estava falando coisas ruins sobre o nosso país, como 'nós vamos atacar, nós vamos matar seu povo'. Eu disse, 'ouçam, quanto dessa merda nós temos que ouvir?'", disse Trump, para o aplauso dos doadores presentes.
O presidente passou a descrever os minutos finais antes do ataque, que foi acompanhado da Sala de Situação, na Casa Branca.
"'Senhor, eles têm dois minutos e 11 segundos." Sem emoção. "Dois minutos e 11 segundos para viver, senhor. Eles estão no carro, em um veículo blindado, senhor. Eles têm aproximadamente um minuto para viver, senhor. 30 segundos. 10, 9, 8 ..." Então, de repente, bum.''
O agente, que estava no telefone, informou ao presidente que Suleimani e outro líder militar iraquiano que estava com ele "se foram" e desligou, de acordo com Trump.
"Eu disse: 'Onde está esse cara?'", falou Trump. "Essa foi a última vez que ouvi falar dele."
Embora a descrição detalhada da experiência de Trump assistindo ao ataque seja nova, ele falou em comícios e no Twitter sobre o ataque a Suleimani, de modo a reforçar a usar sua capacidade de comandante em chefe como um ponto de sua campanha à reeleição.
Em um trecho de áudio separado, Trump é ouvido gabando-se de aumentar o orçamento de defesa em 2,5 trilhões de dólares —uma enorme quantia que obteve ao adicionar valores dos orçamentos de vários anos; o orçamento do Pentágono para o ano fiscal de 2020 é de US$ 738 bilhões.
Para aqueles que criticaram seus gastos e a crescente dívida nacional, Trump disse: “Quem se importa com o orçamento? Nós vamos ter um país".
Durante a maior parte do tempo de Barack Obama no cargo, os republicanos pareciam se importar muito com o Orçamento, temendo o aumento da dívida pública nacional e fazendo disso o seu principal ponto de discussão. Eles deixaram essas preocupações para trás no governo Trump.
Os arquivos de áudio, obtidos pelo Washington Post, vieram em quatro trechos curtos. A CNN, que também obteve os arquivos, publicou primeiro os relatos de Trump durante a arrecadação de fundos para sua campanha de reeleição.
No trecho de 40 segundos sobre o orçamento militar, Trump disse: "Foi um período incrível, apesar da caça às bruxas...”, antes que o áudio seja cortado.
Em outro pequeno arquivo, Trump lamenta o processo complicado de fazer obras de infraestrutura, zombando das preocupações ambientais, mencionando especificamente ninhos de tartarugas e cobras.
"No que me diz respeito, você pode matar essas cobras. Vou lhe contar um pequeno segredo. Quando matarmos, elas ainda estarão aqui muito tempo depois de nós. A cascavel. Você pode matar todas”, disse ele.
"Não sou uma grande pessoa que acredita demais em tubarões ...", antes que o arquivo de áudio termine.
O medo de tubarões de Trump é bastante conhecido. O presidente já tuitou sobre seu desdém por eles. Stormy Daniels, que supostamente teve um caso com Trump, disse que ele era obcecado por tubarões e uma vez disse: "Espero que todos os tubarões morram".
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