França prende artista russo que divulgou vídeo sexual de candidato à prefeitura de Paris
Piotr Pavlenski foi detido preventivamente; Benjamin Griveaux abandonou a disputa
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A polícia francesa prendeu preventivamente neste domingo (16) o artista russo Piotr Pavlenski, que divulgou um vídeo com conteúdo sexual envolvendo Benjamin Griveaux, então candidato à Prefeitura de Paris apoiado pelo presidente Emmanuel Macron.
Pavlenski, um dissidente russo refugiado na França, foi preso durante a investigação de um caso de “violência com armas”, ocorrido em 31 de dezembro.
Mas a Justiça francesa acabou suspendendo a primeira detenção para interrogá-lo sobre o vazamento das imagens. Ele assumiu a responsabilidade pela distribuição das imagens e pode ficar preso preventivamente por até 48 horas.
O vídeo de Griveaux correu a internet, e ele acabou abandonado a candidatura ao pleito municipal.
A companheira do artista russo, que teria recebido os vídeos do político francês, também foi detida e está sendo interrogada.
Segundo o Ministério Público de Paris, a mulher foi presa preventivamente sob acusação de "violação da intimidade da vida privada" e "difusão sem concordância da pessoa de imagens de caráter sexual".
O material divulgado, que inclui também troca de mensagens, envolve uma mulher jovem. A autenticidade do material pornográfico não foi confirmada.
Pavlenski disse ao jornal Libération que obteve o material por meio de uma fonte que teria tido relações consensuais com Griveaux e que decidiu expor as imagens para “denunciar a hipocrisia” do candidato.
Griveaux, 42, é casado e tem três filhos, que eram mencionados por ele com frequência durante a campanha eleitoral.
"Ele é alguém que está sempre mencionando valores familiares, disse que seria um prefeito [voltado] para as famílias de Paris, citando o exemplo de sua mulher e os filhos, enquanto fazia o contrário", acusou Pavlenski .
Outros candidatos ao comando da capital francesa criticaram a divulgação do vídeo. A atual prefeita da cidade, a socialista Anne Hidalgo, pediu respeito à vida privada e que o debate político seja feito com dignidade.
Griveaux, do partido República em Frente, aparecia em terceiro lugar nas pesquisas. As eleições municipais na França estão programadas para 15 de março, com segundo turno agendado para o dia 22 do mesmo mês.
Sua candidatura era vista com uma tentativa de Macron de ganhar força em Paris. O presidente enfrenta uma queda de braço com sindicalistas e funcionários públicos, que realizam há dois meses uma greve contra a proposta de reforma da Previdência.
Para o lugar de Griveaux, Macron escolheu sua ministra da Saúde, Agnès Buzyn —a médica lidera as respostas da França à crise do coronavírus.
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