Metade dos iranianos vai às urnas em 1ª eleição após morte de general
Qassim Suleimani, vítima de ataque dos EUA, era o segundo homem mais poderoso do regime
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Autoridades iranianas estimam que o índice de comparecimento nas eleições parlamentares desta sexta-feira (21) deve chegar a 50%.
Grande parte dos iranianos que participaram dos protestos de novembro passado seguem insatisfeitos com o alto desemprego, a alta da inflação e restrições em liberdades individuais —fatores que podem ter influenciado sua presença nas urnas.
A última eleição, em 2016, também registrou queda no comparecimento: 62% contra 66% do pleito de 2012.
Por volta de 15h, o ministro do Interior afirmou que 11 milhões de eleitores (de um total de 58 milhões) haviam votado —aproximadamente 19%.
A votação se encerrou às 20h locais (13h em Brasília) após vários adiamentos por causa da dificuldade de acesso a alguns locais de votação, uma prática comum nos pleitos do país.
O índice oficial de comparecimento será divulgado pelas autoridades no sábado (22).
Candidatos leais ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, devem vencer com boa margem e consolidar o poder do regime em um momento de crescente pressão dos EUA sobre o programa nuclear de Teerã.
A votação não terá grande influência nos assuntos externos ou na política nuclear do país, que é determinada por Khamenei. No entanto, pode fortalecer esses políticos mais radicais e aumentar suas chances de vitória no pleito de 2021 para presidente.
Uma vitória dos aliados do líder supremo nas eleições, vista como um referendo sobre a popularidade dos governantes, poderia enfraquecer o presidente Hassan Rouhani, que venceu as últimas duas eleições com promessas de abrir o país para o exterior.
Rouhani pediu aos iranianos que "desapontem ainda mais os inimigos" votando em grande número.
A retirada dos Estados Unidos em 2018 do acordo nuclear do Irã e a reimposição de sanções atingiram duramente a economia do Irã e afetaram a qualidade de vida da população.
Em 3 de janeiro, um ataque de drones dos EUA matou o comandante militar mais proeminente do Irã, general Qassim Suleimani no Iraque. O Irã retaliou disparando mísseis balísticos contra alvos dos EUA em território iraquiano.
Suleimani, chefe da Força Quds da Guarda Revolucionária e arquiteto das operações clandestinas e militares de Teerã no exterior, foi um herói nacional para muitos iranianos. Ele era a figura mais poderosa no país depois de Khamenei.
Incentivando os iranianos a votar, a TV estatal transmitiu imagens de pessoas fazendo filas em zonas eleitorais, que foram instaladas principalmente em mesquitas.
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