Juiz chama tratamento do relatório Mueller por Barr de distorcido e enganoso
Decisão prevê que pasta compartilhe versão integral do documento
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Um juiz federal dos Estados Unidos fez fortes críticas na quinta-feira (5) à condução pelo secretário de Justiça, William Barr, do relatório preparado pelo promotor especial Robert Mueller sobre a investigação da interferência russa nas eleições americanas de 2016
O magistrado afirmou que o secretário apresentou uma versão distorcida e enganosa das conclusões do documento e não tinha legitimidade para se manifestar sobre o assunto.
O juiz Reggie Walton disse que Barr não é confiável e apontou inconsistências entre as declarações dele sobre o relatório, feitas quando o documento estava sob sigilo, e seu real conteúdo, revelado depois e que se mostrou mais prejudicial ao presidente Donald Trump.
Walton disse que a "falta de sinceridade" do secretário põe em questão sua legitimidade e, por sua vez, as afirmações do departamento ao tribunal.
O juiz ordenou que o Departamento de Justiça lhe mostre, em particular, as partes do relatório que foram censuradas na versão pública, para que ele possa verificar as justificativas dadas pela pasta.
A decisão faz parte de um processo judicial baseado na Lei de Liberdade de Informação que busca obter uma versão completa do relatório.
"Seria ingênuo o tribunal concluir que as supressões [feitas no] relatório de Mueller relativas à Lei de Liberdade de Informação não foram contaminadas pelos atos e representações do secretário Barr", escreveu Walton, que foi nomeado em 2001 pelo presidente George W. Bush (2001-2009).
Uma porta-voz do Departamento de Justiça não comentou a decisão. O caso se concentra em solicitações do Centro de Informação de Privacidade Eletrônica e de Jason Leopold, repórter do BuzzFeed News.
Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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