A senadora por Massachusetts Elizabeth Warren, 70, desistiu nesta quinta (5) da corrida democrata que vai determinar o candidato do partido para tentar derrotar Donald Trump nas eleições de novembro.
A saída de Warren concentra a disputa democrata entre Joe Biden, ex-vice-presidente durante o governo de Barack Obama, e o senador Bernie Sanders —ambos homens e com quase 80 anos.
"Nosso trabalho continua, a luta continua, e grandes sonhos nunca morrem", disse ela após o anúncio.
A desistência da senadora põe fim a uma campanha de viés progressista, que conseguiu deixá-la em primeiro lugar na preferência dos eleitores no final do ano passado, mas falhou em reunir a classe trabalhadora de democratas em torno de seu nome —esta parcela tende a escolher Sanders.
Warren disse que não revelará por enquanto qual candidato vai apoiar. Além de Biden e Sanders, segue na disputa democrata a deputada Tulsi Gabbard, mas seu desempenho até aqui nas prévias é muito fraco.
No longo texto em que anuncia a saída, Warren disse que sua campanha foi uma prova da força das mulheres, de que o apoio de pequenos doadores pode colocar uma candidatura de pé e de que a política não é feita apenas por dinheiro de grandes corporações.
"Nessa campanha, estivemos dispostos a lutar, e, quando necessário, deixamos sangue e dentes pelo chão. E eu posso pensar em um bilionário que teve negada a chance de comprar esta eleição", escreveu, em uma provável referência a Michael Bloomberg.
Ela centrou sua campanha na luta contra a influência do dinheiro na política, argumentando que em todas as questões significativas —controle de armas, mudança climática, assistência médica— o poder de lobistas corporativos e bilionários impedia qualquer oportunidade de obter mudanças significativas.
Como Sanders, Warren contou com pequenos doadores para alimentar sua campanha. Ela levantou US$ 112 milhões (R$ 519,7 milhões) em doações, de 1,2 milhão de pessoas diferentes.
O ex-prefeito de Nova York gastou mais de US$ 700 milhões (R$ 3,2 bilhões) na própria campanha, mas também desistiu, na quarta (4).
A decisão de Warren vem após desempenho pífio na Super Terça —uma das etapas mais importantes da corrida democrata, na qual ela não ganhou em nenhum dos estados—, e depois de fortes performances nos dois últimos debates democratas, nos quais confrontou Bloomberg e Sanders.
Nas primárias de terça (3), seu resultado foi fraquíssimo: ela ficou em terceiro lugar em seu estado natal, Massachusetts, atrás de Sanders e Biden.
Warren era a última mulher entre os principais pré-candidatos de uma corrida democrata que começou como a mais diversa da história, com mulheres (Kamala Harris, Amy Klobuchar, Kirsten Gillibrand), um concorrente de origem latina (Julian Castro) e outro abertamente gay (Pete Buttigieg).
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