Siga a folha

Enchentes deixam ao menos 100 mortos no Afeganistão

Inundação repentina destruiu cidade de Charikar, próxima à capital, Cabul

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Charikar | AFP e Reuters

Uma enchente repentina deixou ao menos cem mortos e destruiu cerca de 500 casas nesta quarta-feira (26) em Charikar, no Afeganistão, a 60 km da capital, Cabul. Após horas de chuva, a cidade amanheceu coberta de lama e pedras.

De acordo com o porta-voz do Ministério de Gestão de Desastres, Tamim Azimi, as enchentes atingiram toda a província de Parwan, da qual Charikar é a capital, além das províncias de Maidan Wardak e Nagahar, onde quatro pessoas morreram.

Esse tipo de desastre é comum em áreas rurais pobres do país, em que casas frágeis são construídas em lugares de risco. A gravidade das enchentes, no entanto, tem aumentado, devido à mudança climática.

Escavadeira auxilia buscas por sobreviventes nas ruínas de uma casa destruída pela enchente em Chanrikar, no Afeganistão - Wakil Kohsar - 26.ago.20/AFP

As autoridades afirmam que há a possibilidade de encontrar pessoas presas aos escombros, e socorristas passaram o dia realizando buscas à procura de sobreviventes e de corpos.

O governo afegão enviou tropas e escavadeiras para auxiliar os resgates, e o presidente do país, Ashraf Ghani, ofereceu auxílio financeiro para os atingidos pelas enchentes, disse uma porta-voz.

Ghani afirmou que o desastre causaria ainda mais dano à economia afegã, que se recupera da pandemia de coronavírus. O Afeganistão registrou 38 mil casos e 4.000 mortes, segundo o site Worldometers.

Mohamad Qasim, um agricultor de 45 anos, perdeu 11 membros de sua família na enchente. Socorristas encontraram apenas três corpos nas ruínas da casa de sua irmã, que foi completamente destruída.

Hamida, 70, agarrou-se a uma janela por duas horas enquanto a água subia até ser socorrida por vizinhos. “Perdi tudo, minhas jóias, meu dinheiro”, disse ela à agência de notícias AFP.

O Afeganistão enfrenta décadas de conflitos, desde a invasão do país pela União Soviética em 1979, passando pelo surgimento do Taleban, até a invasão dos EUA após o 11 de Setembro. A guerra no país é a mais longa da qual os americanos já participaram.

O Taleban, grupo que já esteve no poder, conduz uma campanha com ataques terroristas para estabelecer um regime fundamentalista islâmico no país. Em fevereiro, o grupo assinou um acordo de paz com os EUA, que prometeram retirar todas as tropas do país asiático em até 14 meses.

Na época, os termos do pacto foram criticados por proteger tropas americanas, e não cidadãos afegãos, os mais afetados pela violência. Desde então, o trato já foi violado pelos dois lados.

Os EUA realizaram ataques aéreos quatro dias depois de assinar o acordo, e em 13 de julho, o Taleban reivindicou a autoria de diversos ataques que, no total, mataram 36 pessoas.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas