Milícias iraquianas concordam em cessar-fogo contra alvos americanos
Condição é de que governo do Iraque apresente cronograma de retirada de tropas dos EUA
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Diversos grupos de milícias iraquianas apoiadas pelo Irã concordaram neste domingo (11) em suspender temporariamente ataques com foguetes contra as forças dos Estados Unidos no Iraque.
A condição do cessar-fogo é a de que o governo iraquiano apresente um cronograma para a retirada das tropas americanas, segundo Mohammed Mohi, porta-voz do grupo Kataib Hezbollah, uma das mais poderosas milícias apoiadas pelo Irã no Iraque.
As autoridades americanas culpam o Kataib Hezbollah por dezenas de ataques com foguetes contra instalações americanas no Iraque —no último ano, foram 80 investidas.
Mohi disse que o governo iraquiano deve implementar uma resolução parlamentar em janeiro, pedindo a retirada das tropas estrangeiras do país, mas que não há prazo para que os militares sejam expulsos.
"Se os Estados Unidos insistirem em ficar e não respeitarem a decisão do Parlamento, as facções usarão todas as armas à disposição", ameaçou.
Ele afirmou que o lançamento de foguetes contra forças dos EUA e representações diplomáticas foi uma mensagem de que eles não são bem-vindos no país e que ataques piores podem acontecer. Milícias menores e até então desconhecidas reivindicaram alguns dos ataques. Fontes de segurança iraquianas afirmam acreditar que elas estão ligadas ao Kataib Hezbollah e a outros grupos iranianos de maior porte.
O Iraque é palco da escalada da tensão entre Irã e EUA desde a morte do general iraniano Qassim Suleimani, em janeiro, no aeroporto de Bagdá. A ação que matou o principal comandante militar iraniano foi ordenada pelo presidente americano, Donald Trump.
No episódio, Abu Mahdi al-Muhandis, um líder iraquiano de milícias pró-Irã, também foi morto. Facções comandadas por Soleimani e Muhandis, incluindo o Kataib Hezbollah, juraram vingá-los.
Mas os grupos pró-Irã enfrentaram uma reação popular dos iraquianos, que os acusam de colocar a segurança do país em risco ao atacar os americanos. Washington, que está retirando lentamente seus 5.000 soldados do Iraque, ameaçou no mês passado fechar sua embaixada, a menos que o governo iraquiano controle as milícias alinhadas ao Irã.
Uma explosão na estrada atingiu um comboio no sul do Iraque neste domingo (11) —os veículos transportavam equipamentos para a coalizão militar liderada pelos EUA no país. Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado e não houve vítimas. O saldo foi um pneu furado.
O Iraque é um dos poucos países com laços estreitos tanto com os EUA quanto com o Irã, que forneceram apoio militar para ajudar a derrubar combatentes do Estado Islâmico, derrotados em uma guerra de três anos depois de tomar um terço do território iraquiano em 2014.
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