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Um ano após renunciar, Saad Hariri será premiê do Líbano pela 4ª vez

Político prometeu combater pior crise do país desde a guerra civil

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Beirute | AFP e Reuters

O veterano Saad Hariri foi nomeado como premiê do Líbano pela quarta vez nesta quinta (22) e prometeu formar um novo governo que consiga lidar com a pior crise do país desde a guerra civil de 1975-1990.

Após ser indicado pelo presidente Michel Aoun, o empresário de 50 anos prometeu "um governo de especialistas", que não venham dos partidos políticos e "cuja missão será a aplicação de reformas econômicas, financeiras e administrativas".

Saad Hariri faz pronunciamento após ser nomeado premiê do Líbano pela quarta vez - Mohamed Azakir/Reuters

Herdeiro de uma fortuna, o político exerceu três mandatos desde 2009 —o posto é reservado a muçulmanos sunitas no sistema de partilha sectária de poder libanês. Seu último gabinete de coalizão foi derrubado há quase um ano, quando manifestantes sacudiram o país em protestos contra a elite governante devido a décadas de corrupção e desperdício de verbas estatais.

Hariri foi nomeado por Aoun após obter maioria simples, com margem estreita, dos votos no Parlamento: 65 dos 120 congressistas o apoiaram e 53 se abstiveram. O bloco do Hizbollah, um peso-pesado na política libanesa, não expressou nenhuma preferência, mas seu principal aliado, o movimento Amal, apoiou a nomeação de Hariri, sugerindo um acordo tácito.

O premiê enfrentará grandes desafios para navegar na fragmentada política do Líbano e formar um gabinete que precisa resolver uma lista crescente de problemas: crise bancária, enfraquecimento da moeda nacional, pobreza em ascensão e dívidas estatais debilitantes.

Um novo governo também terá que enfrentar uma disparada de casos de Covid-19 e as consequências da explosão gigantesca ocorrida em agosto no porto da capital, Beirute, que matou quase 200 pessoas e causou bilhões de dólares de danos.

Hariri começará as consultas com os distintos blocos parlamentares na tarde de sexta-feira, segundo o Parlamento. No Líbano –um país multirreligioso em que o presidente deve ser um cristão maronita, o premiê um muçulmano sunita e o chefe do Parlamento um muçulmano xiita–, os líderes são muitas vezes forçados a um cabo de guerra sem fim que prolonga por meses a formação de governo.

"São as forças políticas tradicionais que mais uma vez escolheram que rumo seguir, apesar de seus muitos fracassos do passado e do profundo ceticismo sobre o futuro", declarou no Twitter o coordenador especial da ONU para o Líbano, Jan Kubis, nesta quinta.

Já a União Europeia destacou a "necessidade da rápida formação de um governo confiável e responsável", e o subsecretário americano para o Oriente Médio, David Schenker, disse que qualquer novo governo deve implementar reformas e que Washington "seguirá aplicando sanções contra o Hizbollah e seus aliados".

A comunidade internacional espera que o novo governo empreenda amplas reformas antes de desbloquear a assistência financeira. O país vive desvalorização histórica da moeda nacional e lida com dezenas de milhares de demissões e cortes salariais. Metade da população vive na pobreza.

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