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Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Desenho de cobra presente no ato pró-Trump foi de símbolo independentista a bandeira conservadora

Bandeira de Gadsden foi criada por general durante Guerra de Independência e hoje é adotada por grupos como QAnon

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São Paulo

Em meio à invasão ao Congresso americano na tarde desta quarta-feira (6), ato que paralisou a sessão que deveria confirmar a vitória presidencial de Joe Biden, uma bandeira se destacou em meio à multidão —pelo seu tom amarelo-ovo e pelo seu simbolismo.

Trata-se da bandeira de Gadsden, ilustrada com uma cobra cascavel. Considerada uma das primeiras dos americanos, é hoje um símbolo cada vez mais ligado ao ultraconservadorismo dos Estados Unidos.

A bandeira de Gadsden - Reprodução

O movimento QAnon, que propaga teorias da conspiração como a de que Donald Trump combate uma seita de pedófilos adoradores de Satanás que controla o mundo, por exemplo, chegou a fazer uma versão para si, com a cobra enrolada em formato de uma letra "q".

Criada pelo político e general Christopher Gadsden em 1775, durante a Guerra de Independência americana, a bandeira foi usada à época pela Marinha Continental, estabelecida por George Washington em meio ao conflito.

A cobra, que representava as então Treze Colônias, aparece enroscada, como se estivesse pronta para atacar, o que é confirmado pelo lema “don’t tread on me” (não pise em mim), na parte inferior da bandeira.

Uma das origens da cascavel como símbolo das colônias americanas seria uma ilustração atribuída a Benjamin Franklin, publicada no Pennsylvania Gazette em 1754. O desenho vinha com os dizeres “junte-se ou morra”, um chamado à causa da independência.

Mais recentemente, a bandeira passou a ser adotada por conservadores do movimento Tea Party, tendo sido usada por defensores de pautas como maior acesso a porte de armas, libertarianismo e nacionalismo. Não raro, o símbolo é visto em comícios de políticos conservadores, incluindo os de Trump.

Em alguns estados, como Texas e Alabama, a bandeira é utilizada para estampar a placa de veículos.

Em 2017, a bandeira pôde ser vista durante as manifestações racistas de Charlottesville, na Virgínia, ao lado de bandeiras dos confederados —outro símbolo da direita americana presente na invasão ao Congresso nesta quarta. Há três anos, a cidade foi palco do maior ato recente de supremacistas brancos nos EUA. Na ocasião, três pessoas morreram.

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, já foi criticado por ter sido fotografado com a bandeira de Gadsden ao fundo. Na foto, ele e mais duas pessoas empunham armas. O ator Chris Pratt, um dos astros de “Vingadores”, foi fotografado vestindo casualmente uma camisa com a bandeira —mas sem o fundo amarelo— e causou controvérsia.

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