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Mianmar: jornalista da BBC é levado por homens não identificados e está desaparecido

Repórter Aung Thura foi levado por homens à paisana; país continua em agitação após golpe de Estado

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BBC News Brasil

Um repórter do serviço mianmarense da BBC foi levado por homens não identificados em Mianmar em um momento em que agitação e protestos contra o golpe de Estado de fevereiro tomam conta do país.

Há relatos de que pelo menos oito pessoas morreram nos últimos protestos, nesta sexta-feira (19), realizados em diversas cidades. Aung Thura foi levado por homens à paisana enquanto fazia uma reportagem em frente a um tribunal na capital do país, Naypyitaw.

Thura foi levado com outro jornalista, Than Htike Aung, que trabalha para o jornal local Mizzima. A licença de operação do Mizzina foi revogada no início do mês pelo governo militar que assumiu o controle do país.

O repórter da BCC em Mianmar Aung Thura, que está desaparecido - BBC

Os homens que levaram os jornalistas chegaram em uma van sem identificação por volta do meio-dia (horário local) nesta sexta. A BBC não conseguiu contato com Aung Thura desde então.

"A BBC leva a segurança de todo o seu pessoal em Mianmar muito a sério, e estamos fazendo todo o possível para encontrar Aung Thura", afirmou a emissora em um comunicado.

"Pedimos às autoridades que ajudem a localizá-lo e confirmar que está seguro. Aung Thura é um jornalista credenciado da BBC com muitos anos de experiência em reportagens, cobrindo eventos em Nay Pyi Taw."

Quarenta jornalistas foram presos desde o golpe militar, que resultou na detenção de líderes civis eleitos, incluindo a vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi. Dezesseis jornalistas ainda estão sob custódia, e os militares revogaram as licenças de cinco empresas de mídia.

As oito pessoas mortas nesta sexta foram atingidas por tiros das forças de segurança na cidade de Aungban, de acordo com a mídia local e um agente funerário. "As forças de segurança vieram para remover as barreiras, mas as pessoas resistiram, e eles dispararam", disse uma testemunha à Reuters.

Há relatos da cidade de Rangoon de que as ruas estão congestionadas porque muitas pessoas tentam fugir da violência na principal cidade do país. A polícia também estaria forçando as pessoas a removerem as barricadas colocadas por manifestantes.

A violência pós-golpe causou a morte de pelo menos 232 mianmarenses até agora, segundo o grupo ativista da Associação de Assistência para Prisioneiros Políticos. Um dos dias mais sangrentos foi 14 de março, quando 38 pessoas foram mortas.


Histórico de Mianmar

Mianmar tornou-se independente da Grã-Bretanha em 1948. Durante grande parte de sua história moderna, esteve sob regime militar As restrições começaram a diminuir a partir de 2010, levando a eleições livres em 2015 e à instalação de um governo liderado por Aung San Suu Kyi no ano seguinte.

Em 2017, o exército de Mianmar respondeu aos ataques à polícia por militantes rohingya com forte repressão, causando mortes e levando mais de 500 mil muçulmanos rohingya a cruzarem a fronteira para Bangladesh, no que a ONU mais tarde chamou de um "exemplo clássico de limpeza étnica".

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