Cerca de 2.700 imigrantes chegam em um dia a território espanhol na África
Ceuta teve número recorde de entradas irregulares, feitas a nado, em botes ou a pé
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Pelo menos 2.700 imigrantes irregulares, incluindo mil menores de idade, chegaram nesta segunda-feira (17) ao enclave espanhol de Ceuta, na África, vindos do vizinho Marrocos, segundo o governo da Espanha. Foi um recorde para um único dia.
Os viajantes chegavam por mar nadando, a bordo de flutuadores ou botes infláveis e até a pé, quando a maré baixa permitia. Outros tentavam cruzar a fronteira terrestre, protegida por uma cerca dupla.
Desde o início de segunda, eles chegavam a esse território espanhol do norte de África a partir de praias marroquinas alguns quilômetros ao sul, disse à AFP um porta-voz da delegação governamental de Ceuta. Segundo ele, nenhum dos migrantes precisou ser hospitalizado, pois estão em boas condições de saúde.
Questionado sobre a acomodação dessas pessoas, o porta-voz indicou que elas ficariam em galpões na praia do Tarajal, mas que as autoridades analisariam outras opções, dada a grande quantidade de imigrantes. Pouco depois das 20h (15h no horário de Brasília), as chegadas parecem ter diminuído, disse o porta-voz, embora o fluxo não tenha cessado ao longo do dia.
Até 15 de maio, 475 migrantes chegaram a Ceuta em 2021, mais do que o dobro do número durante o mesmo período de 2020, de acordo com dados do Ministério do Interior espanhol.
As chegadas de migrantes ao enclave ocorrem em um contexto de tensão entre a Espanha e o Marrocos, devido à presença no país europeu do líder do movimento de independência do Saara Ocidental.
O governo marroquino reagiu com indignação à notícia de que o chefe da Frente Polisário, Brahim Ghali, encontra-se internado desde meados de abril em um hospital espanhol para ser tratado de Covid-19.
A Frente Polisário, apoiada pela Argélia, luta há décadas pela independência do Saara Ocidental, uma ex-colônia espanhola controlada em sua maioria pelo Marrocos, que quer manter a região sob seu comando.
Ceuta e Melilla, o outro enclave da Espanha no norte da África, são as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com a África, o que as torna duas importantes portas de entrada para migrantes irregulares em busca de uma vida melhor.
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