Ex-presidente sul-africano Jacob Zuma ganha liberdade condicional por razões médicas
Prisão de ex-mandatário em julho desencadeou onda de protestos violentos e saques
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O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma, condenado em junho por desacato à Justiça, foi posto em liberdade condicional neste domingo (5), por razões médicas não especificadas.
Zuma, 79, está internado em um hospital desde 6 de agosto, fora da prisão onde cumpria pena por ter faltado a audiências judiciais em um processo que investiga corrupção durante seu governo (2009-2018).
Com a decisão, ele passará a cumprir o restante da sua pena de 15 meses fora da cadeia, de acordo com o Departamento de Serviços Correcionais. A prisão do ex-mandatário, em 7 de julho, desencadeou uma onda de protestos violentos e saques que deixou ao menos 342 mortos na África do Sul.
Zuma, um dos líderes da luta pelo fim do apartheid ao lado de Nelson Mandela (1918-2013), foi o presidente mais controverso da África do Sul desde o fim do regime de segregação, em 1994. Seu domínio sobre a dinâmica interna do CNA (Congresso Nacional Africano), partido que comanda o país há 27 anos, foi o que permitiu sua manutenção na cena pública por tanto tempo.
A influência política do ex-líder sul-africano, no entanto, diminuiu desde que Cyril Ramaphosa, seu vice, o substituiu como chefe da legenda e, posteriormente, presidente do país. Antes de cair, viu alguns dos membros do CNA e milhares de sul-africanos tomarem as ruas exigindo sua renúncia.
Tendo sobrevivido a um processo de impeachment, foi alvo de pressões internas e externas e acabou deixando a Presidência em 2018. Desde então, tem enfrentado na Justiça acusações de crimes de corrupção cometidos antes e durante seu mandato.
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