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Descrição de chapéu Rússia

Cidade no Paraná quer receber refugiados da Ucrânia após invasão da Rússia

Prefeitura de Prudentópolis enviou ofício ao governo da cidade de Ternópil oferecendo ajuda

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Andrea Torrente
Curitiba

‘’Prudentópolis segue com as portas e com o coração aberto ao povo ucraniano como o fez há mais de cem anos, quando recebeu os primeiros imigrantes que aqui construíram sua história e influenciaram diretamente no modo de vida de nossa terra", diz Osnei Stadler, prefeito de Prudentópolis, no Paraná, uma das cidades com a maior proporção de descendentes de ucranianos no Brasil.

Nesta quinta-feira (25), a prefeitura enviou um ofício a Serhij Nadal, prefeito de Ternópil, cidade no oeste da Ucrânia que em 2019 se tornou irmã de Prudentópolis. De lá saíram, ao longo dos séculos 19 e 20, as ondas de migrantes que se estabeleceram no interior paranaense.

Com bandeiras e trajes típicos ucranianos, moradores de Prudentópolis, no Paraná, participam de ato em apoio à paz na Ucrânia - Divulgação

Por enquanto, não há uma organização montada para trazer pessoas ao Brasil, até porque tudo depende da evolução do conflito.

"Estamos trabalhando com uma comissão da comunidade ucraniana no Paraná para trazer refugiados, caso seja necessário. Os trâmites são longos e precisam de aprovação em nível federal e estadual, mas Prudentópolis tem famílias dispostas a recebê-los, e a prefeitura está pronta para ajudar com a questão assistencial", afirmou o prefeito de Prudentópolis, Osnei Stadler, à reportagem.


Edgar Belo, 60, empresário do ramo das construções, é um dos prudentopolitanos que já colocou sua casa à disposição. Ele é da quinta geração de descendentes, mas preserva as tradições e a cultura do país europeu. Fala ucraniano fluentemente e mantém contato com seus parentes que moram próximos de Tchernóbil.

"Somos descendentes, estamos aqui para ajudar. Falei ontem [quinta-feira, 24] com um primo meu: a empresa onde ele trabalha foi fechada e ele foi mandado para casa. Ele tem 37 anos e está esperando para ser convocado para o Exército", diz.

"Sabemos que o Brasil é muito longe [da Ucrânia], mas, assim como 130 anos atrás recebemos os migrantes, estamos prontos para receber eventuais refugiados. Ninguém aqui em Prudentópolis vai fechar a porta", diz Oksana Jadvizak, vice-presidente do Museu do Milênio, espaço que conta a história da imigração ucraniana na cidade.

O clima é de luto e orgulho no pequeno município, localizado a 200 quilômetros de Curitiba, onde 80% da população é formada por descendentes de ucranianos.


Carregando bandeiras do Brasil e Ucrânia e vestindo trajes folclóricos tradicionais, no final da tarde desta quinta-feira (24), cerca de 150 pessoas se reuniram na praça da Ucrânia, no centro da cidade, para orar em solidariedade ao povo do país europeu e pedir a paz.

Outro ato, convocado por entidades representativas e igrejas ucranianas do Brasil, está marcado para as 18 horas desta sexta-feira (25), no Memorial Ucraniano, no parque Tingui, em Curitiba.

"Enquanto brasileiros, esperamos por um posicionamento de nossos representantes. Também pedimos por ajuda humanitária", afirmou em nota a Sociedade Ucraniana do Brasil.

Ato em Prudentópolis, no Paraná, prestou apoio a parentes e amigos da Ucrânia - Divulgação

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