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Costa Rica terá 2º turno com ex-presidente e ex-ministro e sem pastor da ultradireita

Centrista José Maria Figueres tenta voltar ao poder em disputa com economista conservador Rodrigo Chaves

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San José | AFP

O ex-presidente José María Figueres disputará o segundo turno da eleição na Costa Rica com o economista conservador Rodrigo Chaves, em um resultado surpreendente da votação realizada neste domingo (6), que teve número recorde de candidatos e abstenção também histórica.

Após a apuração de 88,2% dos votos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou que Figueres, 67, do Partido Libertação Nacional (PLN), liderava com 27,26% dos votos. Ex-ministro da Fazenda, Chaves, 60, não estava entre os favoritos nas pesquisas, mas acabou em segundo lugar, com 16,7% dos votos.

Primeiro colocado na eleição da Costa Rica, José María Figueres comemora após fechamento das urnas - Luis Acosta/AFP

Apontado pelas pesquisas como o provável segundo colocado, o pastor de ultradireita Fabricio Alvarado, do partido Nueva República, acabou na terceira posição, com 14,8% dos votos.

Uma das democracias mais sólidas da América Central, mas atualmente imersa em uma crise econômica e de confiança da população nos políticos, a Costa Rica realizará o segundo turno do pleito presidencial no dia 3 de abril. O primeiro turno teve 25 candidatos, o maior número da história do país.

Chaves foi ministro da Fazenda do atual governo por pouco mais de seis meses. "Afirmei, durante a campanha, que a Costa Rica merecia ganhar, e hoje começou a ganhar. Vai continuar vencendo definitivamente com nosso triunfo", disse o candidato, na sede de campanha, em San José.

"Vamos agora para o segundo turno. Peço que deixe para trás o conflito e o confronto estéril [...], senhor José María [Figueres]. Peço uma campanha de alto nível, com propostas e ideias."

O economista conservador Rodrigo Chaves discursa após fechamento da votação na Costa Rica - Randall Campos-6.fev.22/AFP

Figueres governou a Costa Rica entre 1994 e 1998 e é filho do emblemático ex-presidente José Figueres Ferrer, que aboliu o Exército em 1948.

A eleição também define os 57 deputados da Assembleia Legislativa, e os primeiros cálculos apontam um Parlamento altamente fragmentado.

Com a população desanimada devido aos problemas econômicos que afetam o país e às acusações de corrupção entre os políticos, a abstenção foi de 40%.

O novo governante terá que enfrentar uma grave crise financeira e social. Os índices de desemprego (14,4% em 2021) e de pobreza (23% em 2021) e uma economia com dívida pública equivalente a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) provocaram alertas de organismos multilaterais.

A situação se agravou com a pandemia da Covid-19, que afetou duramente o turismo, um dos principais setores do país.

Além disso, nos últimos 13 anos, dois ex-presidentes enfrentaram julgamentos por corrupção (um foi condenado) e, em 2021, explodiram dois casos de irregularidades milionárias no setor de obras públicas, com ministros envolvidos.

O atual presidente, Carlos Alvarado, procurou destacar, no entanto, a solidez democrática do país.

"Estamos entre as democracias mais fortes do mundo e hoje reafirmamos isso com nosso voto [...]. Outros países não têm essa opção livre. Nós temos eleições ininterruptas desde 1953", afirmou.

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