Americana ganha US$ 146 mil na loteria e compartilha prêmio com desconhecidos
Crystal Dunn diz ter sido motivada por história da própria infância: 'Eu sei o que é lutar'
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Crystal Dunn, 42, mãe solo de três filhos e moradora do estado de Louisville, nos Estados Unidos, conseguiu no início deste mês um feito almejado por muitos: ganhou na loteria. Apostou US$ 20 (R$ 109) online e levou o prêmio acumulado de US$ 146.351 (R$ 799 mil).
Passado o susto, a primeira coisa em que pensou foi que queria compartilhar o prêmio com outras pessoas. O motivo, disse ela ao jornal The Washington Post, foi ter ciência do que é enfrentar situações financeiras difíceis. "Eu sei o que é lutar."
Dunn foi a um mercado local, comprou 20 vales-presente no valor de US$ 100 e depois os entregou aleatoriamente a pessoas que estavam na loja, todas desconhecidas. "Muitas pessoas ficaram incrédulas", disse a americana, que também recebeu abraços dos agraciados.
O valor ganho, diz ela, também vai ajudar a pagar gastos para os quais já vinha poupando, como a compra de um novo carro e melhorias na casa onde vive com os filhos. Deduzidos os impostos, Dunn recebeu um cheque com US$ 104 mil, mas calcula que, com as taxas que ainda virão, embolsará cerca de US$ 75 mil.
Mas, para além da ajuda inesperada e oportuna, ela diz que o principal significado do prêmio foi saber que, de certo modo, compartilhou sua sorte com outras pessoas.
Dunn relatou ter enfrentado dificuldades ao longo da infância e da adolescência. Aos 9 anos, passou a viver em lares adotivos, até que, aos 16, fugiu. Depois, conseguiu se formar em uma faculdade e ingressar em uma empresa de seguros na qual trabalha até hoje. "Passei por muitas coisas pelas quais crianças nunca deveriam passar."
Funcionários da loteria do Kentucky, na qual a aposta foi depositada, disseram ter se comovido com a atitude. Chip Polston, vice-chefe de comunicações do local, ressaltou que a ação de Dunn simboliza bem o real valor do prêmio para muitos dos ganhadores. "Para a maioria, não são as coisas materiais que lhe trouxeram mais alegria, mas o que eles foram capazes de fazer por outras pessoas", afirmou ele ao Post.
A ganhadora concorda. "Não importa que vida você tenha, você pode tomar decisões para torná-la melhor e causar um impacto positivo na vida dos outros", disse a americana, que relutou em conceder entrevistas, mas decidiu fazê-lo para preencher o noticiário com casos de esperança.
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