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Peru derruba presidente do Congresso por áudio vazado em novo episódio de crise

Moção de censura contra direitista Lady Camones foi aprovada depois de denúncia sobre favorecimento a líder de seu partido

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Lima | AFP

O Congresso do Peru destituiu nesta segunda-feira (5) sua presidente, a direitista Lady Camones, após a divulgação de áudios em que o chefe de seu partido pede para que ela priorize uma lei que favoreça sua campanha para governador.

"A moção de censura [...] foi aprovada, pelo que o conselho de administração declara a vacância [destituição] do cargo", anunciou a vice-presidente do corpo legislativo, Martha Moyano, após a votação.

Lady Camones acena ao chegar ao Congresso em Lima, no dia 28 de julho - Mariana Bazo - 28.jul.22/Xinhua

Camones, do partido de oposição Aliança para o Progresso (APP), havia sido eleita para o cargo seis semanas atrás por uma grande maioria de seus colegas da bancada. A moção de censura obteve 61 votos a favor, 47 contra e 5 abstenções, entre os 113 parlamentares (de um total de 130) que participaram da sessão. Era necessária maioria simples para aprová-la.

O pedido foi apresentado por um bloco multipartidário de grupos de esquerda ligados ao governo do presidente Pedro Castillo e partidos de direita que desta vez se uniram ao pleito.

Os defensores da moção de censura chegaram a um consenso para apontar que o Congresso estava sendo colocado a serviço dos interesses privados do chefe do partido da APP, César Acuña.

Os áudios que derrubaram Camones, gravados em uma reunião do partido no fim de semana, foram divulgados pelo portal de notícias Epicentro. Neles, Acuña pede que seja priorizado um projeto de lei para obter votos na região de La Libertad, na qual deve concorrer a governador em outubro.

A eleição de um novo presidente do Congresso, fragmentado em uma dezena de grupos, mas com maioria de direita, deve acontecer em um prazo de cinco dias, de acordo com o regimento do Legislativo. "É uma vitória para o governo", disse o candidato da APP a prefeito de Lima, Omar Chehade, ao canal de televisão N.

Entre os partidos de esquerda que apoiam Castillo, que representam quase um terço do Congresso, o resultado surpreendente foi celebrado. Em mais de 13 meses no poder, o presidente convive com a pressão do Ministério Público e o cerco do Congresso, que exige sua renúncia.

Castillo sobreviveu a duas tentativas de destituição por parte do Congresso; a Promotoria não pode levá-lo a julgamento até o fim de seu mandato, em julho de 2026, por seu foro especial por prerrogativa de função.

Após a divulgação dos áudios, o chefe de gabinete da presidência, Aníbal Torres, já havia defendido a renúncia da mesa diretora do Congresso.

A última vez que o Congresso havia destituído seu líder foi em 2000, quando a oposição aprovou um voto de censura contra a parlamentar fujimorista Martha Hildebrandt.

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