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Ativistas fazem vigília por 1.500 peixes mortos em explosão de aquário em Berlim

ONG pede a hotel que abrigava AquaDom memorial em homenagem aos animais

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São Paulo

Ativistas em defesa dos direitos dos animais fizeram, neste sábado (17), uma vigília em frente ao hotel em Berlim onde explodiu um aquário gigante e quase 1.500 peixes morreram.

Cerca de dez manifestantes se posicionaram na calçada em frente ao Radisson Blu, no centro da capital alemã, no início da tarde, com cartazes que diziam: "Peixes são amigos, não são decoração" e "Descanse em paz, família de peixes-borboleta". Os participantes ainda puseram velas acesas na calçada.

Cartaz de ativistas pelos direitos dos animais que organizaram vigília em homenagem aos 1.500 peixes mortos na explosão do Aquadom, em Berlim - Julian Seiferth/T- online.de

A vigília foi organizada pelo Partido da Defesa dos Animais. Repórter do site de notícias alemão T-online, Julian Seiferth, 27, afirma em email à Folha que, apesar do pequeno número de pessoas no ato, muitos pedestres pararam para interagir com os manifestantes. "Uma mulher que estava com uma menininha e costumava visitar o aquário começou a chorar", ele conta.

Seithfert acrescenta que, embora a sigla não tenha planos para realizar novos protestos nos próximos dias, ela confirmou que pretende lutar contra a reconstrução do aquário e projetos afins na cidade.

De acordo com relato do jornal Berliner Morgenpost, uma porta-voz do partido presente no local, Ricarda Scholz, ainda defendeu mudanças na forma como são concedidas licenças que autorizam projetos como o do Aquadom. "Inúmeros animais já morrem só ao serem transportados. É necessário ter um recife de coral artificial no meio de Berlim?", questionou ela.

Na sexta-feira (16), data em que ocorreu a explosão, a entidade de defesa de animais Peta anunciou que planejava entrar com uma ação judicial contra o hotel que abrigava o aquário e reivindicou que o local construa um memorial em homenagem aos 1.500 animais marinhos mortos.

"Animais não existem para serem explorados como ambientação", disse a organização em comunicado. "[Esse acidente] deveria ser um alerta para as pessoas impedirem que animais sejam exibidos como se fossem simplesmente decoração de parede de hotel."

A reação foi semelhante a de vários outros ativistas pelo globo. Secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard afirmou que o episódio era uma "metáfora para a arrogância humana, o consumismo infinito e a sede por emoções fortes, sede de emoção, com conseqüências devastadoras para outras espécies" em uma postagem no Twitter.

A Reynolds Polymer Technology, empresa americana que participou da construção do aquário, enviou uma equipe de especialistas à Alemanha para investigar as causas do incidente. "Ainda é cedo para determinar o fator ou os fatores que levaram a uma rachadura como essa", afirmou a empresa em comunicado, de acordo com relatos dos jornais alemães Die Welt e Frankfurter Allgemeine Zeitung.

A causa da explosão ainda é desconhecida, mas uma das suspeitas das autoridades é de que as baixas temperaturas tenham provocado rachaduras na estrutura, que acabou cedendo à pressão das mil toneladas de água. Há suspeitas ainda de que tenha havido fadiga de material.

Duas pessoas foram feridas por estilhaços após o incidente, incluindo um funcionário do Radisson. Cerca de 350 hóspedes do hotel deixaram o local a pedido das equipes de emergência, que temem danos estruturais. Segundo socorristas, na tarde do sábado ainda havia cinco centímetros de água na garagem subterrânea do hotel.

Marielle Tierney, 46, contou à Folha que achou que uma bomba tivesse caído perto de seu apartamento, vizinho ao hotel, no momento da ruptura. A americana comparou os danos do incidente a de um tsunami, e afirmou que também garagem de seu prédio foi alagada, assim como as unidades de armazenamento localizadas no subsolo. "Tentei salvar alguns dos meus pertences, mas vamos ver", disse.

O AquaDom foi fechado para reformas em outubro de 2019. Devido à pandemia de Covid-19, seguiu fechado por quase três anos, até junho deste ano. Segundo a empresa que o administra, o aquário abrigava espécies que vão de peixes-palhaços, como o do filme "Procurando Nemo", a cavalos-marinhos, águas-vivas e arraias.

Colaborou Clara Balbi

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