Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Empresa controladora do Facebook e do Instagram, a Meta comunicou nesta quarta-feira (25) que vai restaurar as contas do ex-presidente dos EUA Donald Trump nas redes sociais em breve.
O republicano foi banido de ambas as plataformas há cerca de dois anos, depois de ter espalhado desinformação online e incitado violência após a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Em comunicado, a empresa de Mark Zuckerberg afirmou que vai restabelecer as contas de Trump com "novas proteções para impedir reincidências". Os detalhes sobre essas mudanças não foram informados.
O político tinha 34 milhões de seguidores no Facebook e 23 milhões no Instagram.
O ex-vice-primeiro-ministro britânico Nick Clegg, diretor de Assuntos Globais da Meta, justificou a medida afirmando que, na avaliação dos analistas da companhia, o risco para a segurança pública, outrora latente com a presença online de Trump, diminuiu. "O público deve saber o que os políticos estão dizendo –seja isso bom ou mau— para fazer escolhas bem informadas nas urnas", disse.
"Mas isso não significa que não haja limites para o que as pessoas podem dizer na plataforma. Quando há um risco claro de danos, algo expressivo para que a Meta decida intervir no debate público, nós agiremos."
No final do ano passado, movimento semelhante foi adotado pelo Twitter, agora propriedade de Elon Musk. O bilionário anunciou que permitiria que Trump voltasse à plataforma. A conta, de todo modo, segue inativa, já que, meses antes, o ex-presidente disse que integraria apenas a rede que criou, a Truth Social.
Foi nela, aliás, que o republicano comentou a decisão da Meta. "Algo assim nunca mais deve acontecer com um presidente em exercício ou com qualquer outra pessoa que não mereça retribuição", escreveu ele, sem dizer se irá retomar as atualizações nos perfis no Facebook e no Instagram.
A medida foi criticada por ativistas e opositores de Trump, como o deputado democrata Adam Schiff. "Ele incitou uma insurreição. Dar de volta acesso a uma plataforma em que ele possa espalhar mentiras e demagogias é perigoso." A advogada Laura Murphy, que liderou uma auditoria de dois anos no Facebook, disse se preocupar com a capacidade da rede de "entender o risco real ao mundo que Trump representa", citando que a empresa se mostrou lenta para agir em muitos momentos.
O anúncio da Meta ocorre em meio a um acalorado discurso sobre até onde vai o direito das plataformas de intervir na liberdade de expressão e se insere no contexto político americano, meses após Trump anunciar que quer se candidatar mais uma vez à Casa Branca nas eleições de 2024.
É incerto se o ex-presidente, que cada vez mais desagrada a uma ala de seus correligionários, conseguiria ser o escolhido nas primárias republicanas. Um de seus principais potenciais concorrentes é o governador da Flórida, Ron DeSantis, reeleito nas midterms, as eleições de meio de mandato, com margem expressiva.
O Facebook anunciou em junho de 2021 que o banimento de Trump valeria por ao menos dois anos, contados a partir de janeiro daquele ano, após um comitê formado por especialistas no assunto fazer essa e outras recomendações sobre o caso. O prazo, agora, chegou ao fim.
O caso motivou a empresa a detalhar uma escala de punições para pessoas públicas que, em períodos de agitação civil, instigassem a violência. A depender da gravidade das violações, as punições podem ser de 1 mês, 6 meses, 1 ano ou 2 anos de suspensão. A remoção permanente também é uma possibilidade.
Com The New York Times
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters