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Rússia intercepta avião espião alemão no mar Báltico

Incidente ocorre no mesmo dia em que ministra alemã da Defesa caiu devido à Guerra da Ucrânia

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São Paulo

A Rússia interceptou nesta segunda (16) um avião espião de patrulha marítima e guerra antissubmarino da Alemanha que se aproximou de seu espaço aéreo no mar Báltico, em plena tensão entre Moscou e Ocidente devido ao conflito na Ucrânia —e no mesmo dia em que caiu a ministra alemã da Defesa em razão da guerra.

Um caça Sukhoi Su-27 da Frota do Mar Báltico, baseada no encrave russo de Kaliningrado, estava em patrulha e foi desviado para se encontrar com um P-3C Orion da Marinha alemã. O jato russo escoltou o quadrimotor a hélice de Berlim durante sua passagem pela região.

Caças russos Su-27 (em primeiro plano), modelo igual ao usado na interceptação desta segunda (16), e Su-24 durante invasão do espaço aéreo sueco no Báltico em março passado - Força Aérea Sueca - 2.mar.22/AFP

Uma vez que o P-3C deu a volta, o caça voltou para sua base. Não houve, segundo o Ministério da Defesa russo, invasão do seu espaço aéreo. A Alemanha opera oito desses aviões, os mais clássicos do gênero no mundo —o Brasil tem nove deles. Antigos, deverão ser substituídos pelos modernos P-8 Poseidon, baseados no Boeing-737.

Tais interceptações sempre foram comuns, mas dispararam exponencialmente a partir da anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e da Guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022. A praxe nesses casos é que os adversários testem a capacidade e o tempo de resposta dos inimigos, sem invadir seu espaço aéreo.

Assim, um caça faz "sombra" ao avião espião, drone ou bombardeiro, sem se aproximar muito, até ele se afastar. Às vezes algo dá errado, como quando um caça chinês J-8 abalroou uma versão de guerra eletrônica do P-3 americano no mar do Sul da China, em 2001 —a aeronave de Pequim acabou perdida e o avião espião do rival, danificado e vistoriado em solo.

Depois da invasão da Ucrânia, houve ao menos duas invasões do espaço aéreo da Suécia por aeronaves russas, em março e em abril. No fim de setembro, um Su-27 russo disparou um míssil próximo de um avião espião britânico no mar Negro, e no fim do ano um caça chinês J-11 quase se chocou com um RC-135 de espionagem americano no mar do Sul da China.

Há alguns pontos nevrálgicos no mapa mundial dessas ocorrências. No estreito de Taiwan, a China duplicou em 2022 suas incursões para acionar as defesas aéreas da ilha autônoma que considera sua, num ano em que as tensões entre os dois governos explodiram. O mar do Sul da China é outro local comum de encontros.

O Báltico e o mar Negro, junto ao teatro de operações da Ucrânia, são outros campos clássicos de incidentes, que recrudesceram bastante após o início da guerra. Há também atividade no Ártico, em regiões próximas do Alasca e de Murmansk, sede da Frota do Norte da Marinha russa.

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