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Senador americano critica chegada de navios iranianos ao Brasil e pede sanções

Para Ted Cruz, embarcações no Rio são ameaças à segurança dos EUA e Lula é 'chavista' alinhado contra Washington

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Washington

Os navios de guerra do Irã que atracaram no Rio de Janeiro no fim de semana são "uma ameaça direta à segurança dos americanos" e, por isso, os EUA devem impor novas sanções e reavaliar as ações do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu nesta terça-feira (28) o senador republicano Ted Cruz.

A Marinha do Brasil autorizou que os navios Iris Makran e Iris Dena, do Irã, atraquem no Porto do Rio de Janeiro de 26 de fevereiro a 4 de março. A autorização, na mesma semana em que o enviado especial para o clima John Kerry está no país, irritou os americanos, que vinham pressionando para que o governo brasileiro não liberasse o atracamento. O regime iraniano é alvo de sanções de Washington.

Ted Cruz, senador republicano dos EUA, fala a jornalistas no Capitólio, em Washington - Anna Moneymaker - 13.fev.23/Getty Images via AFP

Conforme a Folha mostrou, o Brasil, que já havia autorizado a chegada das embarcações em janeiro, cedeu à pressão no começo de fevereiro, quando Lula viajou aos EUA para se encontrar com o presidente americano, Joe Biden, e empurrou o atracamento para o fim do mês.

No dia 15, a embaixadora dos EUA em Brasília, Elizabeth Bagley, disse que o Brasil não deveria receber os navios. "Esses navios facilitaram comércio ilícito e atividades terroristas e já tiveram sanções da ONU. O Brasil é um país soberano, mas acreditamos que esses navios não deveriam atracar em qualquer lugar."

Mas as embarcações chegaram no domingo, e nesta terça o senador Ted Cruz, membro dos comitês de Relações Exteriores e de Comércio, Ciência e Transporte do Senado, reagiu. Ele criticou o presidente Lula, a quem chamou de "chavista alinhado contra os EUA", e afirmou que tanto o Porto do Rio de Janeiro quanto qualquer empresa que fizer negócios com o porto podem ser penalizados.

"Os EUA têm sanções e leis antiterrorismo projetadas exatamente para deter e responder a essas ameaças", disse. "Esses navios de guerra iranianos já estão sob sanções e, portanto, o porto do Rio de Janeiro, onde aportaram agora, corre o risco de sanções incapacitantes, assim como quaisquer empresas brasileiras que lhes prestaram serviços ou aceitaram pagamentos –e também todas as empresas estrangeiras que se envolverem com o porto ou com essas empresas brasileiras no futuro."

Cruz defendeu ainda que sejam aplicadas no caso as leis americanas contra o terrorismo. "O governo Biden é obrigado a impor sanções relevantes, reavaliar a cooperação do Brasil com os esforços antiterroristas dos EUA e reexaminar se o Brasil está mantendo medidas antiterroristas eficazes em seus portos. Se o governo não o fizer, o Congresso deve obrigá-lo a fazê-lo."

Embora exista forte pressão diplomática dos Estados Unidos para que países da América Latina neguem esse tipo de permissão à Marinha iraniana, o Itamaraty adota o princípio de não reconhecer sanções unilaterais, apenas as aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Nesse sentido, não haveria razões para negar a solicitação de Teerã.

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