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Mãe de Navalni recebeu o corpo do dissidente russo, afirma equipe do ativista

Demora na liberação levantou hipótese entre aliados de que governo de Vladimir Putin esperava efeito de veneno passar

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Varsóvia (Polônia) | AFP

O corpo do opositor russo de Vladimir Putin Alexei Navalni, morto na prisão de forma repentina e nebulosa no último dia 16, foi entregue a sua mãe, escreveu a porta-voz do ativista, Kira Iarmich, no X neste sábado (24).

Iarmish afirmou que não sabia se as autoridades permitiriam que um funeral fosse realizado "do jeito que a família deseja e do jeito que Alexei merece".

Ludmila Navalnaia, mãe do ativista e opositor russo Alexei Navalni, na região de Iamalo-Nenets, na Rússia - Maxim Shemetov - 19.fev.2023/Reuters

Em vídeo divulgado na terça, Ludmila Navalnaia, 69, pediu a Putin que liberasse o corpo do filho. "Eu apelo a você, Vladimir Putin, a decisão depende só de você. Deixe-me enfim ver meu filho. Eu exijo que o corpo de Alexei seja entregue imediatamente, para que eu possa enterrá-lo de uma forma humanitária", disse.

O apelo da mãe, que mora na Rússia e estava na cidade próxima da cadeia em que Navalni morreu, ecoou pedidos semelhantes feitos por aliados e advogados do ativista. Ele foi gravado em frente à prisão conhecida como Lobo Polar, no Ártico, para onde o opositor foi levado no fim de 2023.

A demora na liberação do corpo de Navalni levantou suspeitas entre seus aliados de que o governo russo esperava o efeito de um veneno usado para matá-lo se dissipar.

Em 2020, o ativista foi envenenado enquanto ajudava uma campanha oposicionista na Sibéria. Sua cueca foi encharcada num quarto de hotel com o agente neurotóxico Novitchok (novato, em russo), desenvolvido na antiga União Soviética e de uso conhecido por agentes secretos na Rússia.

Navalni, que acusou Putin diretamente pelo ataque, foi tratado n a Alemanha e voltou a Moscou em janeiro de 2021, para nunca mais sair da prisão. Ele havia violado a liberdade condicional em uma sentença suspensa, na visão da Justiça, por ter deixado o país em coma. Depois, sua pena foi aumentada até chegar a 30,5 anos.

O certificado de óbito de Navalni registra que ele morreu de "causas naturais", segundo aliados. Neste sábado, líderes do G7 instaram o governo russo a esclarecer as circunstâncias da morte do opositor de Putin. "Vamos responsabilizar os culpados pela morte Navalni, incluindo através da continuidade da imposição de medidas restritivas em resposta às violações de direitos humanos e abusos na Rússia", diz comunicado do grupo das sete maiores economias do mundo.

Na quinta-feira (22), a viúva do ativista, Iulia Navalnaia, reuniu-se com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Segundo a Casa Branca, Biden expressou às duas sua admiração pela "extraordinária coragem e pelo legado" de Navalni.

Nesta sexta-feira (23), os EUA lançaram um novo pacote com 500 sanções contra a Rússia, que por sua vez anunciou mais avanços contra posições de Kiev no leste do país invadido em 24 de fevereiro de 2022.

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