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Senegal vai às urnas após presidente ser acusado de tentativa de golpe

Dezenove candidatos competem para substituir Macky Sall, que deixa cargo depois de dois mandatos

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Dacar | AFP

O Senegal elege neste domingo (24) o seu quinto presidente, num pleito cujo resultado é imprevisível e que decidirá entre a continuidade e a mudança, talvez radical, após três anos de turbulência e crise política. Cerca de 7,3 milhões de pessoas estão aptas a votar em 16 mil centros de votação no país e no exterior.

Em jogo está o potencial fim de um governo que impulsionou políticas favoráveis a investidores, mas não conseguiu aliviar as dificuldades econômicas numa das democracias mais estáveis da África, num momento em que o país está prestes a se tornar produtor de petróleo e gás.

Eleitor deixa seu voto em urna em Dacar, no Senegal - Demba Gueye -24.mar.24/Xinhua

Dezenove candidatos competem para substituir o presidente Macky Sall, que deixará o cargo após um segundo mandato marcado por um processo contra o líder da oposição, Ousmane Sonko, e por preocupações de que Sall quisesse prolongar o seu mandato para além do limite constitucional.

O titular não está na cédula de votação pela primeira vez na história do Senegal. A sua coligação governamental escolheu o ex-primeiro-ministro Amadou Ba, 62, como candidato, um dos favoritos.

Outro bem cotado é Bassirou Diomaye Faye, 43, que se diz o "candidato à mudança de sistema" e ao "pan-africanismo de esquerda" e é muito próximo de Sonko —ambos estiveram presos.

Na noite deste domingo, 5 dos 19 candidatos parabenizaram Faye pela vitória, embora números oficiais não tivessem sido divulgados.

O ex-premiê, Amadou Ba, afirmou ser prematuro que a oposição celebrasse e conta com um segundo turno. Como no Brasil, no Senegal há segundo turno se nenhum dos candidatos conseguir mais que 50% dos votos.

Na capital, Dacar, o pescador Alioune Samba, 66, disse que votava a favor da mudança que todos desejam. "Comida, água, escola; tudo é caro com os baixos rendimentos que temos no Senegal", afirmou o pai de três filhos.

Resultados provisórios da disputa são esperados até esta terça (26). As agências eleitorais começaram a publicar suas contagens a partir deste domingo à noite.

Sonko, o líder da oposição, que estava preso até recentemente, foi desclassificado da corrida por causa de uma condenação por difamação. Ele apoia o cofundador de seu agora dissolvido partido Pastef, Bassirou Diomaye Faye, que também foi detido há quase um ano sob acusações de difamação e desacato ao tribunal —uma lei de anistia aprovada este mês permitiu sua libertação dias antes da votação.

Ambos fizeram campanha juntos sob o lema "Diomaye é Sonko". Alguns políticos de destaque e candidatos da oposição apoiaram a candidatura de Faye. "A população está escolhendo entre a continuação e a ruptura", disse Faye após votar neste domingo, instando os candidatos a aceitarem o vencedor.

Outros candidatos incluem o ex-prefeito de Dacar, Khalifa Sall (sem parentesco com o atual presidente), a empresária Anta Babacar Ngom —a única mulher na corrida— e Idrissa Seck, que ficou em segundo lugar nas eleições de 2019.

"O Senegal continua a ser um país democrático, por isso estou muito orgulhosa", disse a candidata após a votação, reiterando a sua promessa de reestruturar a economia e proteger a democracia.

Sem pesquisas de opinião, não está claro se algum candidato conseguirá obter a maioria de mais de 50% dos votos necessários para evitar um segundo turno.

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