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Homens armados invadem supermercado na Nigéria e matam 21 pessoas a tiros

Grupos criminosos, muitas vezes sem ligação ideológica, são conhecidos por realizarem chacinas e sequestros no país

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Maiduguri (Nigéria) | Reuters

Homens armados na Nigéria mataram pelo menos 21 pessoas no estado de Níger, num ataque a um mercado movimentado, relataram moradores e um líder tradicional do local nesta sexta-feira (22). É o mais recente incidente de violência por parte de gangues armadas.

Nigéria, o país onde os sequestros viraram uma indústria lucrativa - AFP

O ataque se segue ao sequestro em massa de crianças em idade escolar neste mês e a vários sequestros em Kaduna, no centro-norte do país. Alhaji Isah Bawale, um líder tradicional da comunidade rural de Madaka, disse que homens armados entraram no mercado na quinta-feira (21) e abriram fogo aleatoriamente, matando várias pessoas.

"Eles não pouparam ninguém, mataram e raptaram pessoas", disse Bawale, acrescentando que as autoridades estavam recolhendo informações sobre os mortos e os desaparecidos. Três outros residentes disseram que pelo menos 21 pessoas foram mortas.

"Eles [os homens armados] não pararam por aí, eles incendiaram lojas e veículos, e a clínica dentro da área do mercado", disse Abdulganiyu Aliyu, que testemunhou o incidente, por telefone. Outro morador, o comerciante Hussaini Hasan, confirmou que 21 pessoas foram mortas e que várias mulheres e crianças foram raptadas.

Os sequestros por gangues criminosas sem filiação ideológica e a exigência de resgates tornaram-se uma ocorrência quase diária, especialmente no norte da Nigéria, destruindo famílias e comunidades que têm de juntar poupanças para pagar resgates, forçando-as muitas vezes a vender terras, gado e cereais para garantir a sua segurança e a libertação de parentes.

Os homens armados são conhecidos por forçar suas vítimas a caminharem para o interior de florestas próximas, mantendo-as por até meses enquanto aguardam pagamentos de resgate. Frequentes no país mais populoso da África, os sequestros desafiam autoridades, que se mostram impotentes para impedi-los.

Os criminosos costumam ter centros de ensino, em particular nas zonas rurais do noroeste da Nigéria, como alvos. O mais famoso sequestro em escolas nigerianas foi feito pelo grupo fundamentalista islâmico Boko Haram, que capturou mais de 200 estudantes em Chibok, no estado de Borno, em 2014. Desde então, a tática tem sido adotada por diferentes grupos criminosos, não apenas fundamentalistas.

Mais de 3.600 pessoas foram sequestradas na Nigéria em 2023, o que representa o número mais alto em cinco anos, de acordo com o levantamento do Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (Acled, na sigla em inglês), um monitor global de conflitos. Cerca de 9.000 nigerianos foram mortos em conflitos no ano passado. Analistas ponderam, porém, que os números estão subnotificados.

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