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Descrição de chapéu Eleições na Venezuela

María Corina cobra posição mais forte dos EUA sobre eleição na Venezuela

Líder da oposição a Maduro afirma que Washington deveria 'fazer muito mais' para garantir a Presidência de Edmundo González

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São Paulo

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, fez um apelo aos Estados Unidos nesta quinta-feira (5) para que o país adote uma postura mais contundente em relação à conturbada eleição que, segundo o regime de Nicolás Maduro, confirmou a reeleição do ditador para um terceiro mandato.

"Certamente acho que os EUA deveriam fazer muito mais", disse Corina, criticando Washington pela resposta que ela considera insuficiente diante das acusações de fraude eleitoral. A líder da coalizão opositora destacou que existem mecanismos internacionais para punir violações de direitos humanos e que é imperativo que tais medidas sejam aplicadas para garantir a justiça e a transição política em Caracas.

María Corina Machado, líder da coalizão opositora da Venezuela, fala em entrevista coletiva online - Gaby Oraa - 5.set.24/Reuters

Agências internacionais e governos de inúmeros países, incluindo os EUA, contestam o resultado oficial. A ditadura chavista afirma ter vencido as eleições e se apoia sobre a chancela de seu Tribunal Superior de Justiça, aparelhado pelo regime. A oposição, perseguida por divulgar atas que Caracas diz serem falsas, reivindica a vitória na eleição baseada em parte dos documentos eleitorais a que teve acesso —pesquisas independentes sugerem indícios de veracidade nas atas divulgadas pela oposição.

Corina ainda enfatizou a necessidade de reconhecimento internacional para González, que seria, em suas palavras, o verdadeiro vencedor das eleições. "O mundo sabe que Edmundo González é o presidente eleito e que Maduro foi derrotado por uma surra", afirmou durante um fórum virtual com a Americas Society/Council of The Americas. Para ela, é crucial que o novo governo, liderado pela oposição ao regime, seja reconhecido globalmente para avançar na resolução da crise política e econômica da Venezuela.

Os EUA e a União Europeia já declararam sua objeção ao resultado oficial e impuseram sanções amplas ao regime venezuelano, afetando altos funcionários e o setor petrolífero do país. O Departamento de Estado dos EUA também elaborou uma lista com cerca de 60 outras autoridades venezuelanas que podem ser alvo de sanções, mas nenhuma ação concreta foi tomada até o momento. Washington tem demonstrado disposição para considerar novas opções contra o regime de Maduro, mas ainda não se comprometeu publicamente com medidas mais drásticas.

A líder opositora —que deu lugar à González na disputa após ser proibida de disputar a eleição— também fez um apelo aos investidores e credores internacionais. Ela ressalta que uma transição rápida de poder seria benéfica inclusive para a recuperação econômica da Venezuela e para a redução de sua dívida, estimada entre US$ 60 bilhões e US$ 150 bilhões (entre R$ 335 bilhões e R$ 837 bilhões).

"As empresas devem entender que é de seu interesse, bem como dos credores da Venezuela, que a transição ocorra o mais rápido possível e que não apoiem o regime", afirmou.

A Justiça venezuelana emitiu um mandado de prisão contra González na última segunda-feira (2). O regime de Maduro havia intimado três vezes o opositor, e nas três vezes o ex-diplomata não obedeceu a intimação.

O Ministério Público venezuelano, liderado pelo procurador-geral Tarek Saab, solicitou então a ordem de prisão. O órgão, alinhado ao chavismo, havia advertido que, caso a ordem não fosse cumprida, González passaria a apresentar "risco de fuga e obstrução" para a investigação.

Em eventos anteriores, o opositor declarou que o Ministério Público age como um "acusador político" e, por isso, ele poderia ser acusado "sem garantias de independência ou devido processo legal".

Com AFP e Reuters

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