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Descrição de chapéu Eleições nos EUA

Podcast explora ideias de Kamala e Trump ligadas ao meio ambiente

Produção ressalta muitas diferenças e poucas semelhanças nas estratégias dos dois candidatos à Casa Branca

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São Paulo

A mudança climática se tornou um dos principais tópicos eleitorais das democracias e entrou em cheio na agenda das presidenciais americanas de novembro.

A Brookings Institution, um centro tradicional de estudos políticos com sede em Washington, também mergulhou no assunto e publicou recentemente um podcast sobre a diferença das propostas ambientais do republicano Donald Trump e da democrata Kamala Harris. Entre os dois há bem mais diferenças que semelhanças.

Candidato presidencial republicano e ex-presidente dos EUA, Donald Trump, assiste a um vídeo da candidatada democrata e vice-presidente, Kamala Harris, durante um comício em Las Vegas - Justin Sullivan - 13.set.24/Getty Images via AFP

Trump já foi presidente por quatro anos, e o saldo de decisões que ele apresenta é previsivelmente maior. Samantha Gross, diretora para questões climáticas da Brookings, destaca duas questões.

A primeira é a desregulamentação. A equipe de Trump na Casa Branca se esforçou para anular todas as regulamentações sobre temas climáticos que vinham da administração Obama ou anteriores. Mas a tarefa foi mal executada. A assessoria se enrolou juridicamente, e 87% das decisões foram derrubadas pelo Judiciário.

A segunda questão é a retirada do Acordo de Paris de 2015. Trump mentiu. Disse que os americanos eram prejudicados porque precisavam reduzir a emissão de gases de efeito estufa, enquanto os chineses não precisavam fazer o mesmo. A verdade, no entanto, é que cada país decidia sobre sua própria redução, e a regra valia para americanos e chineses. A retirada do acordo, diz a diretora da instituição, machucou a credibilidade externa dos Estados Unidos.

Fred Dews, mediador da Brookings no podcast, diz que poderia ter sido pior caso Trump tivesse se retirado de imediato, ao tomar posse. Mas ele esperou até a véspera de transferir a Presidência a Joe Biden antes de consumar o recuo, que o presidente democrata recém-empossado de imediato reverteu.

Kamala será indiretamente beneficiada nesse debate pela evocação da legislação que em agosto de 2022 procurou reduzir a inflação. Isso pode parecer estranho, mas ao contrário dos países europeus, os EUA não têm uma taxa sobre a poluição de gás carbônico. Possuem, no entanto, incentivos fiscais para uma miríade de iniciativas ambientalmente corretas, como o estímulo ao carro elétrico ou às energias renováveis. Essas questões que entraram na agenda como combate à inflação também se traduziram por benefícios ecológicos.

Trump sempre exprimiu antipatia pela energia eólica. Mas ele e Kamala estão perfeitamente de acordo em manter a expansão do atual parque nuclear americano, que produz energia limpa e é responsável pela produção de 20% da eletricidade e de quase metade do potencial gerado sem gases de efeito estufa.

Um último ponto de divergência, artificialmente criado por Trump, diz respeito às reservas estratégicas de combustível que os americanos acumulam desde a crise do petróleo de 1974. O candidato republicano acusa Biden de ter esgotado essas reservas, obrigando-o, caso seja eleito, a refazê-las a um alto custo.

Kamala afirma que essa dilapidação não ocorreu, e que os EUA prosseguem na condição de produtores e detentores dos maiores estoques de combustível, gerado ou não pelo petróleo. Esses estoques geram a chamada "independência energética", a partir da qual os EUA procuram exercer um poder mundial inequívoco. É um dos motes preferidos de Trump.

Competing energy and climate visions in the 2024 presidential election

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