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Oceanos em alta

No ritmo atual, diz relatório, subida do nível do mar terá efeitos dramáticos

Casas destruídas pelo mar na Ponta da Praia em Ilha Comprida, no litoral sul de São Paulo - Lalo de Almeida - 29.mai.18/Folhapress

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Veio à tona nesta semana o mais novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, que compila informações acerca dos efeitos do aquecimento global sobre os oceanos e as áreas de gelo.

O documento, produzido por mais de cem especialistas de todo o mundo e baseado em cerca de 7.000 artigos científicos, completa a trilogia de estudos encomendados ao órgão, ligado à ONU, na esteira do Acordo de Paris (2015).

Assim como nos dois primeiros, que avaliaram as consequências de não limitar o aquecimento a 1,5ºC, como recomenda o tratado, e os impactos dos usos da terra, as notícias trazidas pelo novo relatório são pouco auspiciosas.

Ocupando cerca de 70% da superfície do globo, os mares tem funcionado como uma espécie de amortecedor térmico do planeta, já que absorvem 25% do CO2 emitido pela atividade humana e 90% do calor excedente aprisionado por esse e outras gases do efeito estufa.

A elevação da temperatura das águas marítimas faz com que elas se expandam, aumentando seu nível médio. Tal crescimento, ademais, é incrementado pelo derretimento de geleiras que se encontram na Antártida, na Groenlândia e nas cadeias de montanhas, como os Andes e o Himalaia.

Mantido o ritmo atual de emissões, prevê-se que oceanos se elevarão até 1,1 m neste século. Esse aumento, combinado às águas mais cálidas, produz uma equação de potencial catastrófico, pois tende a tornar as ressacas e inundações costeiras mais extremas, e os ciclones tropicais mais frequentes.

Como se não bastasse, as ondas de calor oceânico forçam peixes a migrarem para áreas mais frias, desordenando setores locais de pesca.

Os delicados ecossistemas marinhos sofrem ainda com a acidificação dos oceanos, fenômeno que resulta da absorção de dióxido de carbono pelas águas. As consequências são mortíferas para corais, ostras, moluscos e outros organismos que formam conchas calcárias. Estima-se que um terço dos corais da Grande Barreira australiana tenha perecido em 2016 e 2017.

O enfrentamento desse quadro passa necessariamente por um corte drástico nas emissões de gases-estufa, em especial do dióxido de carbono, nas próximas décadas. 

Mas, mesmo que os países alcancem esse objetivo, parte do estrago já está feito, e mares e geleiras provavelmente estarão bastante modificados até o final do século.

editoriais@grupofolha.com.br

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