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Síria versus Turquia

Confronto em torno da cidade de Idlib gera nova catástrofe humanitária na região

Comboio militar turco cruza fronteira rumo à cidade síria de Sarmada, em Idlib - Rami al Sayed/AFP

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Depois dos massacres de civis, dos ataques com armas químicas, dos bombardeios de escolas e hospitais, das múltiplas levas de refugiados e da destruição de cidades históricas, a guerra da Síria continua produzindo tragédias.

O confronto das tropas do ditador Bashar Al-Assad, apoiado por Rússia e Irã, com rebeldes aliados à Turquia na província de Idlib, último bastião resistente ao regime, resulta em catástrofe humanitária.

De acordo com a ONU, quase 900 mil sírios, a maioria mulheres e crianças, abandonaram a região desde o fim de 2019. Apenas nas duas últimas semanas, mais de 150 mil foram forçados a deixar suas casas. 

Trata-se, em muitos casos, de pessoas que já haviam fugido uma ou mais vezes da barbárie instaurada pelos nove anos de guerra, que arruinou a economia e a infraestrutura daquele país e deixou um saldo em torno de 500 mil mortos.

Os deslocados seguem para o norte, rumo à fronteira com a Turquia. Lá, no entanto, se deparam com um cenário desolador. Sem campos com estrutura suficiente para receber todas as famílias, muitas são obrigadas a dormir ao relento. O inverno rígido dessa época do ano, com neve e temperaturas que chegam a 0ºC à noite, torna a experiência ainda mais atroz.

Desde dezembro, as forças de Assad promovem campanha para reconquistar Idlib —investida que, nas últimas semanas, vem opondo diretamente Síria e Turquia.

Embora seja considerada uma zona de distensão militar, a área foi invadida pelos turcos no final do ano passado. Com a iniciativa, o presidente Recep Tayyip Erdogan busca isolar os curdos do local daqueles que participam há décadas de uma feroz disputa separatista.

Do lado sírio, o assalto a Idlib tem sido bem-sucedido. Na semana passada, o exército retomou uma importante rodovia, que liga o norte ao sul do país, após anos sob controle rebelde. Na medida em que avança, a frente de Assad entra em combate com forças turcas.

Não obstante os enfrentamentos, Damasco e Moscou parecem apostar que, ao fim e ao cabo, Erdogan preferirá conter-se e preservar seu relacionamento com o líder russo, Vladimir Putin, a se envolver num confronto total na Síria.

A multidão de desesperados que ora se espreme na fronteira com a Turquia, porém, constitui lembrete sombrio de que, mesmo que o conflito armado venha a terminar em breve, suas sequelas humanas ainda perdurarão por muito tempo.

editoriais@grupofolha.com.br

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