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Sobral, mais uma vez

Novos dados do sucesso no ensino evidenciam que mais verba não é o único caminho

Alunos do Centro de Educação Infantil Professora Maria Luciana Lopes Lima, em Sobral (CE) - Eduardo Anizelli - 5.nov.15/Folhapress

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Não é de hoje que o município cearense de Sobral fulgura no panorama em geral pouco brilhante da educação básica do país.

De 2007 para 2017, a cidade foi capaz de elevar em impressionantes 86% o índice de desenvolvimento (Ideb) de seus alunos nos anos iniciais do ensino fundamental, da nota 4,9 para 9,1 —a mais alta entre todas as cidades do país e superior à atingida pela média das escolas particulares de São Paulo.

A liderança nacional de Sobral se estende também para os anos finais do ensino fundamental, cujos estudantes alcançaram, na mais recente avaliação, nota 7,2.

Tais números indicam que algo de muito acertado se praticou ali —o que convém olhar de perto.

Entre as medidas adotadas figuram prioridade para a alfabetização na idade certa; produção de material didático com treinamento para os docentes aprenderem a utilizá-lo com eficácia; criação de bônus financeiro para mestres e escolas com bom desempenho; autonomia para que diretores escolham os meios de alcançar metas claras e mensuráveis.

Mas os resultados granjeados por Sobral não se sustentam apenas no aprimoramento das práticas educacionais. Políticas municipais voltadas à primeira infância também vêm colaborando para esse sucesso, conforme reportagem publicada pelo jornal “O Globo”.

Num estudo conduzido por pesquisadores da UFRJ, constatou-se que ações intersetoriais de apoio às famílias desde o pré-natal propiciam melhor desenvolvimento cognitivo às crianças, fazendo com que elas adentrem a sala de aula com um nível de conhecimento acima do previsto.

Os autores identificaram que aos 4 anos de idade, no início do pré-escolar, 74% das crianças sobralenses já eram capazes de conhecer a maioria das letras. Outras 12% conseguiam ler palavras simples, e 3%, frases simples —habilidades que, pela Base Nacional Comum Curricular, são esperados apenas no início do fundamental.

Embora as disfunções da educação brasileira passem também por problemas de financiamento desigual, não basta dinheiro —e nem sempre esse é o recurso mais importante—para recuperar o tempo perdido e alcançar níveis de qualidade já obtidos por outros países.

Há que mirar sobretudo as experiências bem-sucedidas, como a sobralense, em busca de replicar o que se faz de correto nas políticas de outras partes do país.

editoriais@grupofolha.com.br

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