O exemplo de NY
Em país onde Covid foi politizada, cidade faz ofensiva marcante pela vacinação
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O prefeito democrata de Nova York, Bill de Blasio, intensificou de forma drástica a resposta à pandemia. Em iniciativa inédita nos Estados Unidos, anunciou que a cidade passaria a exigir vacinação de todos os funcionários do setor privado, além de comprovante de imunização de crianças a partir de 5 anos em locais fechados.
Dias depois, na sexta-feira (10), a governadora do estado, a também democrata Kathy Hochul, decidiu que o uso de máscaras em áreas públicas como restaurantes e lojas passaria a ser obrigatório caso não fosse exigida a vacinação para ingresso, sob pena de multa de até US$ 1.000 e outras sanções.
A menção ao partido dos dois governantes se faz relevante. Nos Estados Unidos, como se sabe, a gestão da crise sanitária foi politizada —como no Brasil e em grande parte do mundo. Setores conservadores, quando não negacionistas, ligados ao Partido Republicano, opõem-se a medidas restritivas e à imunização.
Como de hábito, os recalcitrantes invocam o valor das liberdades individuais para sustentar suas opções. Deveria ser ocioso observar que nesse caso está em jogo, isso sim, o interesse coletivo.
O exemplo da cidade mais cosmopolita do mundo, assim, ganha dimensão maior. Dada a importância da indústria do turismo para Nova York e o papel crucial de pequenos negócios na economia estadual, as medidas não são triviais.
A metrópole foi um dos epicentros globais da Covid-19 em 2020, numa tragédia retratada em recente série documental pelo cineasta Spike Lee. Já o estado tem registrado, nas últimas duas semanas, um aumento de 43% no número de casos e de 37% no de internações.
A vacinação completa, de 70% se consideradas todas as idades e de 88% em pessoas acima de 65 anos, ainda é desigual, com algumas regiões rurais apresentando cifras significativamente menores.
Com a chegada do inverno e as temperaturas baixas levando os nova-iorquinos para locais fechados, além das variantes delta e ômicron em circulação, políticas de prevenção são cruciais. O teste de PCR, por exemplo, é oferecido gratuitamente em locais públicos.
O presidente Joe Biden, ademais, anunciou que será exigido de viajantes internacionais teste negativo para Covid-19 realizado um dia antes do embarque (e não mais três dias), além de vacinação completa. O enfrentamento da pandemia exige, por óbvio, medidas integradas.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters