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Pandemia ou endemia

Enquanto autoridades e cientistas avaliam status da Covid, restrições vão caindo

Rua de Londres, onde restrições contra a Covid foram encerradas - Andy Hall/Xinhua

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A redução acentuada do número de novos casos de Covid-19 no mundo, passado o pico vertiginoso produzido pela variante ômicron, e a queda da letalidade do coronavírus reforçam as expectativas de que, dois anos depois, a pandemia possa estar a caminho do fim.

Isso, ressalte-se, não significa a erradicação do vírus. Já há certo consenso entre pesquisadores de que o Sars-CoV-2 não será extinto no curto prazo, devendo, aos poucos, passar a afetar os humanos de forma similar a outros agentes infecciosos do cotidiano. Trata-se, pois, de buscar uma coexistência mais normal com o patógeno.

É dessa maneira que governos pelo mundo começam a encarar a questão. Nesta semana, o Reino Unido tornou-se a primeira grande economia europeia a remover as restrições contra o coronavírus.

Medidas como o autoisolamento dos infectados deixaram de ser obrigatórias, e mesmo pessoas com teste positivo podem frequentar lojas e usar o transporte público.

França, Espanha e Dinamarca seguem a mesma tendência, bem como alguns estados norte-americanos. No Brasil —onde, apesar do número de mortes ainda elevado, casos e internações estão em refluxo— autoridades discutem o fim do caráter pandêmico da doença e o abrandamento de restrições.

Cientistas, no entanto, ainda veem com cautela a possibilidade de a Covid deixar de ser classificada como uma pandemia (definida por uma situação de descontrole global de casos e óbitos) e passar a ser considerada uma endemia (no qual a estabilidade desses indicadores permite maior previsibilidade e melhor convivência com o vírus).

Discussões técnicas à parte, não se pode negar que, embora persistam discrepâncias graves nas taxas de vacinação mundiais, o avanço da imunização e os recordes de novas infecções impulsionadas pela ômicron asseguraram um alto nível de proteção populacional, especialmente contra as formas mais graves da enfermidade.

Nesse cenário, o controle da doença começa a deixar de ser uma preocupação central dos governos nacionais para se converter em mais uma tarefa da saúde pública, com foco voltado aos grupos mais vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos.

Talvez o coronavírus nunca venha a ser completamente eliminado do planeta, mas há boas razões para crer que o tempo das emergências públicas e medidas extraordinárias esteja perto do fim.

editoriais@grupofolha.com.br

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