Um passo para o lado
A estratégia ancestral e invisível de proteção, todas já têm
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Nas danças da vida a gente aprende a dar passos suaves e ágeis, a depender do compasso. Sintonizar com o ritmo fora, o entusiasmo de dentro, as expectativas de quem nos tira para dançar. Ruim é quando nos tiram de dançar. A pista interditada, a música silenciada, acaba a energia. No baile da democracia, as mulheres e pessoas de gênero diverso que sofrem violência política são as primeiras impedidas de dançar. Principalmente se forem pessoas negras.
Falar mais do tema, como tem acontecido no Brasil e em outros países da América Latina, é mostrar a gravidade de um problema de fundo para o nosso país. Este foi um dos pontos destacados por Clément Voule, relator especial da ONU sobre Direitos à Liberdade de Reunião Pacífica e Associação, ao encerrar sua visita ao Brasil na última semana. Violência política de gênero e racial é violação dos direitos humanos e um ataque à democracia.
Se estas pessoas têm coragem de se candidatar, em um sistema partidário hostil e em uma arena pública digital ainda mais violenta, seu valor e força, que também são dos grupos que representam, se revelam fenomenais. O que temos visto, no entanto, é que a cada passo para à frente na dança por maior representação das mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTQI+ na política, maior a violência praticada contra a sua existência. É preciso ampliar as redes de apoio e cuidado, com a corresponsabilidade dos partidos políticos, do sistema de justiça, das políticas públicas, dos meios de comunicação.
A estratégia ancestral e invisível de proteção, todas já têm. Está firmada nos seus vínculos de confiança e amor, que nas danças mais desafiadoras pelo bem viver sabem lhes segurar a mão. Às eleitas e pré-candidatas, todo o amor! Sobretudo quando é preciso dar um passo para o lado, como diz Roberta Eugênio, do Instituto Alziras. Isso não significa, de forma nenhuma, dar um passo para trás.
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