A pílula anticoncepcional é segura e uma bênção
Medicamento é usado para diminuir os sintomas de doenças como a endometriose
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Em 2020, descobri que tinha endometriose. Na época, a doença já havia tomado parte do intestino, útero, ovários e reto. Recebi da médica a notícia que não queria ouvir: o próximo passo é a mesa de cirurgia. Mas como fazer um procedimento médico como esse no meio de uma pandemia de coronavírus, quando a maioria das cirurgias eletivas estavam suspensas?
Tinha duas opções: colocar um DIU hormonal ou tomar pílula anticoncepcional. A primeira era até mais indicada, mas envolvia ir a um hospital, o que eu não estava disposta a fazer no meio de uma pandemia. Optei pela pílula. Desde então, ela me garante um dia a dia com menos dores, contracepção e uma qualidade de vida que eu não via havia anos.
A decisão de tomar o medicamento veio cheia de julgamentos. Mas a verdade é que, apesar dos riscos, a pílula anticoncepcional é segura e, sim, uma bênção. Uma pesquisa publicada pelo The New England Journal of Medicine indica que, a cada 100 mil pessoas que usam o medicamento todos os anos, 0,02% terão um derrame, e 0,01%, um infarto. O risco só sobe se tiver predisposição.
É preciso lembrar que a pílula tem mais de 99% de eficácia e, para mulheres que dependem do SUS –negras são as principais usuárias dos serviços de Atenção Primária à Saúde–, é uma conquista ainda maior, uma vez que a conseguem com facilidade em postos de saúde, e outros métodos muitas vezes exigem processos burocráticos. Os valores também podem ser impeditivos se optam por comprar.
Além disso, entre essas mulheres, aquelas que têm doenças crônicas como a síndrome do ovário policístico ou mesmo a endometriose ganham em qualidade de vida. A pílula é uma opção que garante a contracepção e pode diminuir suas dores enquanto aguardam na fila por uma cirurgia, por exemplo. É uma saída mais fácil para quem não pode fazer um tratamento multidisciplinar.
Condenar a pílula é, antes de tudo, condenar uma conquista das mulheres. Ganho esse que garante contracepção, bem-estar e, o mais importante, independência.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters