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Não vai ter bolsonômetro em 2022

Criador do lulômetro, em 2002, parece não ver razões para reeditar fórmula

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Jacques Constantino

Jornalista formado pela Metodista, está na Folha desde 1996; foi redator dos cadernos regionais e, em Mercado, foi redator e editor-assistente. Atualmente, trabalha na edição do jornal impresso

Daniel Tenengauzer criou, em 2002, o lulômetro. Na época funcionário do Goldman Sachs, o carioca estabeleceu um modelo matemático que associava a variação do dólar ao crescimento de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas para as eleições daquele ano. O indicador se deteriorava à proporção que as intenções de voto no petista subiam.

Os investidores temiam o PT. O então candidato escreveu a Carta ao Povo Brasileiro, acalmou o mercado, venceu a eleição, chamou um banqueiro para o Banco Central e elevou o superávit primário. Foi reeleito e, em seu segundo mandato, com a ajuda da valorização das commodities, o país conquistou o selo de bom pagador, status que manteve por sete anos. Não houve calote nem ruptura com a ordem econômica. O lulômetro caiu no esquecimento.

O atual presidente ameaça romper não com a ordem econômica, mas com a institucional. Tenengauzer, no entanto, parece não ver motivos para criar uma nova versão da equação, um bolsonômetro. Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta semana, o hoje diretor do banco americano BNY Mellon disse que o investidor estrangeiro não enxerga o risco de deterioração democrática com uma eventual reeleição.

Agora, já sabemos como o PT governou. Sabemos que o Bolsonaro é o Bolsonaro, mas tem o [ministro da Economia, Paulo] Guedes, cuja política é bem disciplinada. Você tem esses checks and balances [freios e contrapesos], que, lá atrás, a gente não sabia se iria funcionar. Então, sabemos o benefício de saber o que aconteceu [...] o pessoal vê mais o Guedes que o Bolsonaro, disse, na entrevista.

Os EUA, país sede do banco para o qual Tenengauzer trabalha, também sabem que Bolsonaro é Bolsonaro. Segundo a agência Reuters, o diretor da CIA disse em 2021 a autoridades brasileiras que o presidente deveria parar de lançar dúvidas sobre o sistema de votos antes da eleição. Em artigo, um ex-cônsul americano no Rio previu sanções ao Brasil se as eleições forem prejudicadas.

Lula recebe a faixa presidencial de FHC em 2003 em cena do documentário '8 Presidentes 1 Juramento – A História de um Tempo Presente', dirigido por Carla Camurati - Reprodução

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