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Lua crescente

Nasa volta ao satélite de olho em Marte e, do ponto de vista terrestre, na China

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O foguete Space Launch System (SLS), em Cabo Canaveral, na Flórida - Joe Skipper/Reuters

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Está marcada para este sábado (3) a decolagem rumo à Lua do foguete SLS, na missão Artemis 1 da Nasa (agência espacial americana). O voo não tripulado ocorre meio século após o último pouso de astronautas no satélite, com a Apollo 17.

No panteão grego de deuses, Ártemis é irmã gêmea de Apolo, ambos filhos do grande Zeus. O vínculo entre os dois programas dos EUA vai além da mitologia, contudo, relançando uma corrida espacial impulsionada por objetivos estratégicos bem terrestres.

Na edição anterior, a nêmesis era a União Soviética, cuja descendente Rússia ainda tem presença espacial e ora se enreda em guerra prolongada na Ucrânia, ponta de lança da Otan. No front sideral da nova Guerra Fria, a China tem a vez de se preparar para a longa marcha.

Marte figura como objetivo final das potências, com paradas estratégicas na Lua. A nação asiática já enviou três sondas robóticas ao satélite, sempre com sucesso, e planeja montar lá uma base.

Em 2009, a sonda americana LCROSS confirmou a existência de água em crateras no polo lunar. O recurso seria crucial para missões ao planeta vermelho, como fonte de oxigênio para tripulantes e hidrogênio para propulsão, mas pode não ser abundante.

Ainda na administração Barack Obama, o governo americano decidiu contrastar os planos lunares de chineses. O voo atual serve para estudar o equipamento que, em poucos anos, levaria até cinco astronautas por vez à Lua.

Decerto que tais missões servem igualmente a propósitos científicos e tecnológicos. As rochas ali coletadas contribuíram para entender melhor o Sistema Solar, por exemplo, e novas missões, com instrumentação 50 anos mais avançada, contribuirão para expandir o conhecimento humano.

Difícil acreditar, no entanto, que os EUA se aventurem a gastar US$ 100 bilhões com Artemis só para avançar a ciência, como faz parecer a propaganda da Nasa. O programa reanima o orçamento da própria agência e do complexo industrial a ela associado.

Em paralelo, a Nasa lustra o prestígio com as imagens deslumbrantes do telescópio James Webb, por um décimo daquele valor.

Nem por isso é o caso de pôr em dúvida a imensidão de dados que o instrumento soberbo fornecerá para a astronomia e a astrofísica na próxima década. Ver a ciência avançar com a disputa geopolítica na Terra sempre é melhor do que despender bilhões em desastres humanitários como na Ucrânia.

editoriais@grupofolha.com.br

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