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Respiro econômico

Atividade e emprego ainda melhoram no país, embora cenário de 2023 seja incerto

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O ministro da Economia, Paulo Guedes - Rivaldo Gomes/Folhapress

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Em meio às várias tempestades globais, que incluem guerra, escassez de matérias-primas e risco de recessão, a economia brasileira respira. Com atividade em alta, queda do desemprego e incipiente acomodação da inflação, os resultados deste ano são positivos.

Depois da alta de 1,2% do Produto Interno Bruto no segundo trimestre, os indicadores preliminares de julho e agosto sugerem continuidade. O IBC-Br, índice do Banco Central que consolida o desempenho de indústria, serviços e agropecuária, subiu 1,2% em julho, um bom começo para o terceiro trimestre.

A demanda nos serviços permanece firme, com expansão de 1,1% em julho nas vendas, enquanto prossegue a retomada de atividades prejudicadas pela pandemia. Tal dinamismo compensa a queda das vendas no varejo, que caíram em julho pela terceira vez seguida.

Na indústria, os números têm sido modestos, mas favoráveis. O mesmo vale para a agropecuária, mas neste caso os prognósticos são alvissareiros para a próxima safra. Com preços em escalada, de todo modo, a renda do agronegócio vem batendo recordes.

A retomada recente se observa na criação de empregos, que reduziu a taxa de desocupação para 9,1% no trimestre encerrado em julho, a menor desde 2014. Embora o rendimento médio ajustado pela inflação ainda esteja próximo do piso da série histórica, a massa salarial cresceu 6,1% ante o mesmo período do ano passado.

Ao que parece, o crescimento do PIB deve se aproximar de 3% neste ano. Ao mesmo tempo, a inflação recua, em razão principalmente dos cortes nos impostos sobre combustíveis. As projeções para o IPCA deste ano se reduziram de quase 9%, em julho, para 6,4%. Note-se, porém, que setores como os serviços ainda estão pressionados.

As boas notícias motivaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, a entrar mais diretamente na campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL) —o que decerto não favorece a credibilidade da gestão.

O ânimo de Guedes pode se revelar prematuro. Para 2023, a expectativa é de desaceleração da atividade para apenas 0,5%, segundo as estimativas mais recentes.

As causas seriam a perspectiva de uma recessão global, os efeitos crescentes da política monetária restritiva no próximo ano, o esgotamento dos impactos da reabertura nos serviços e alguma contenção de gastos públicos, como costuma ocorrer no início de um novo ciclo presidencial.

Entre esses fatores, apenas os juros altos são uma certeza. No que está sob controle do governo, o cenário dependerá especialmente da difícil definição do Orçamento de 2023 e das regras fiscais que valerão para os próximos anos.

editoriais@grupofolha.com.br

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